HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

A Polícia Federal prendeu em flagrante anteontem quatro mulheres que disseram trocar cestas de alimentos por votos no candidato do PT a prefeito de Corumbá (MS), Ruiter Cunha de Oliveira. Elas eram cabos eleitorais dele.
O delegado da PF Dagoberto Pinheiro disse que "vai investigar se as cestas de alimentos eram do programa de segurança alimentar do governo estadual". Em 2002, o coordenador do programa de distribuição de alimentos do governo, Neriberto Pamplona, foi exonerado sob a acusação de realizar reuniões com moradores pobres pedindo votos para o governador Zeca do PT, reeleito. À época, ele declarou que as reuniões eram feitas a pedido dos moradores.
Cecília Aparecida de Souza Barbosa, 23, Nélida de Arruda Porfírio, 22, Tissiane Aparecida Mendes, 19, e Silviany de Paula Mendonça, 20, foram flagradas quando entregavam duas cestas de alimentos a Vera Lúcia Silva de Oliveira que, segundo o delegado, não tinha intenção de vender o voto e, por isso, não foi presa.
A Justiça concedeu ontem liberdade provisória às quatro, que podem pegar até quatro anos de prisão. Pedro Lacerda, advogado das acusadas, disse que elas "confirmaram que estavam trocando cestas básicas por votos", mas não revelou se alguém da campanha petista as teria orientado para isso. Elas levavam panfletos de Ruiter, que é líder das pesquisas e ex-superintendente de Administração Tributária do governo de MS.
Segundo o delegado, Ruiter deve ser intimado a depor. Pinheiro disse que as mulheres afirmaram que distribuíam ainda remédios e material de construção a eleitores.
A coordenação de campanha de Ruiter disse que ele não mandou cabos eleitorais trocarem alimentos por votos. As mulheres presas, segundo a assessoria, não tinham vínculos com Ruiter e foram contratadas só para fazer campanha.


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