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FOGO CRUZADO
Ministro ataca oposição por questionar ação de BNDES e fundos nas PPPs
Dirceu diz que PSDB não tem "moral"
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro José Dirceu (Casa
Civil) retomou os ataques à oposição tucana e disse que o PSDB não
tem "moral" para questionar um
eventual uso político dos recursos
do BNDES e de fundos de pensão
por meio de PPPs (Parcerias Público-Privadas).
O ministro concedia entrevista
coletiva, após evento sobre agências reguladoras realizado na CNI
(Confederação Nacional da Indústria), quando foi questionado
sobre as possibilidades de aprovação do projeto das PPPs, parado
no Senado. Dirceu fez os comentários sobre o PSDB quando foi
questionado sobre críticas dos tucanos a respeito do uso dos recursos do BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico
e Social) e participação política
dos fundos de pensão.
"O PSDB tem autoridade moral
para falar de recursos do BNDES e
dos fundos de pensão, depois de
tudo o que aconteceu no país durante os oito anos em que eles governaram?", perguntou. "Quase
quebraram o BNDES. Falar em
fundos de pensão, depois dos escândalos das privatizações? É
muita pretensão", disse.
Ele seguiu criticando o partido e
chegou a dizer que o PSDB não
poderia falar sobre o assunto.
"Eles não podem falar sobre essa
matéria, não têm autoridade moral", disse. Em seguida, corrigiu-se: "Poder, podem, porque estamos em uma democracia, mas
não têm autoridade moral".
Ainda de acordo com o ministro, durante o governo do PT o
BNDES não fez empréstimos fora
das regras bancárias. "Não há notícia, no nosso governo, de que o
BNDES tenha feito qualquer empréstimo que não esteja dentro
das regras bancárias e dentro das
regras éticas", disse.
Ele disse que não estava questionando o direito da oposição de
apresentar emendas. "O que eu
não aceito são os julgamentos que
eles fazem, morais e éticos, que
são injustos em relação às PPPs."
Desde que enviou o projeto ao
Congresso, o governo vem enfrentando críticas da oposição. A
principal crítica é que, para a oposição, o texto da PPP facilita a corrupção por ser subjetivo nos critérios de escolha das empreiteiras
que realizariam as obras.
O projeto, diz a oposição, desrespeitaria a Lei de Licitações e a
Lei de Responsabilidade Fiscal.
Há três semanas, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) chegou a
dizer que o projeto, da forma como havia sido proposto pelo governo, abria caminho para a "roubalheira". "É para o Delúbio [Soares, tesoureiro do PT] deitar e rolar", afirmou na ocasião. A crítica
levou o PT a pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) que interpelasse o senador a respeito da
declaração. Mas o tribunal arquivou o pedido na semana passada.
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