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Preso diz que crime custaria R$ 1 mi
DA ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
Um dos homens presos pelo assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), disse ontem à polícia e ao Ministério Público que o ex-segurança e empresário Sérgio Gomes da Silva prometeu R$ 1 milhão para a quadrilha seqüestrar e matar o petista.
O objetivo do seqüestro, disse
ele, era "arrancar" de Daniel documentos que supostamente interessavam a Gomes da Silva. Os
papéis foram recuperados, e a ordem para o assassinato foi dada.
O preso, cujo nome é mantido
em sigilo, apontou José Edison da
Silva como o autor dos disparos.
Disse ainda que Dionísio de Aquino Severo presenciou o assassinato -Silva está preso pelo crime.
Severo foi morto na prisão. O preso disse que decidiu falar após várias tentativas de cobrar o suposto
pagamento prometido.
Na semana passada, a Folha publicou carta escrita pelo preso em
12 de agosto deste ano. No documento, ele cobrou Gomes da Silva
pelo acordo e relatou detalhes sobre a dinâmica do crime ocorrido
em 18 de janeiro de 2002, quando
Daniel foi seqüestrado. A carta foi
entregue por um amigo do preso
no escritório do advogado de Gomes da Silva, Roberto Podval.
Podval determinou que o documento fosse anexado ao processo
que corre contra o empresário no
Fórum de Itapecerica da Serra
(SP), por homicídio doloso. Disse
se tratar de uma mentira. Na carta, o preso fixava um prazo para o
pagasse. Dizia ainda que, se algo
lhe acontecesse, advogados, juízes, promotores e jornalistas receberiam cartas denunciando o
acordo e a morte de Daniel.
Em seu depoimento ontem à
delegada Elisabete Sato e ao promotor Roberto Wider Filho, o
preso disse que o valor de R$ 1 milhão foi combinado pelo chefe da
quadrilha, Ivan Rodrigues da Silva, o Monstro, na véspera do seqüestro, quando ele foi a Campinas. Quebra de sigilo telefônico de
Monstro revelou que ele esteve
em Campinas. Em duas semanas,
o preso deverá repetir suas declarações à Justiça de Itapecerica.
Os demais presos confessam ter
assassinado Daniel, mas negam a
participação de Gomes da Silva.
Gomes da Silva disse que jamais
cometeria um crime contra Daniel.
(LILIAN CHRISTOFOLETTI)
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