São Paulo, sexta-feira, 02 de setembro de 2005

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Tarso elogia Berzoini, mas evita apoiá-lo

DA REPORTAGEM LOCAL

Ao anunciar que deixou a chapa do Campo Majoritário que disputará a eleição interna, o presidente interino do PT, Tarso Genro, afirmou que a corrente não existe mais: é uma "ficção" dos antigos controladores do partido.
Tarso evitou declarar apoio ao novo candidato a presidente pelo Campo Majoritário, o secretário-geral do partido, Ricardo Berzoini. "Tenho grande simpatia pela candidatura dele, mas ainda não vou responder em definitivo", disse, em coletiva à imprensa.
Berzoini substituiu Tarso, que desistiu de concorrer à presidência petista na segunda-feira porque não teve atendida uma condição: a saída do ex-ministro José Dirceu da chapa da corrente.
Ele negou ter dado um ultimato a Dirceu e disse que o ex-ministro criou esse "mito" para despertar "solidariedades" e "afetividades" e forçar um debate "mais agudo".
Tarso questionou a legitimidade do Campo, que classificou de maioria de "quem tem mais crachá": "Não há rompimento com o Campo Majoritário, porque ele não existe mais. Existe uma ficção política legítima, que vem da estrutura de poder anterior. Hoje tem vários centros de opinião."
Afirmou que articula com integrantes desses "centros de opinião" e com setores da esquerda petista que se afinam com a proposta de ruptura com a "antiga maioria". "O debate que fiz foi importante. Já há uma visão na sociedade de que existe um projeto de reconstrução de refundação partidária e um que não coloca essa pauta como estratégica e essencial. Era uma contribuição que queria dar e dei."
Tarso afirmou que o debate da política econômica é "um dever" do PT e negou que o presidente Lula vete a discussão.
Oficialmente, a coletiva de Tarso foi convocada para apresentar a reunião do Diretório Nacional do partido, amanhã, em São Paulo, quando será votado o relatório da Comissão de Ética que pede a expulsão do ex-tesoureiro Delúbio Soares do PT e decidir o destino dos parlamentares que receberam recursos do esquema operado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza.


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