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PFL e PMDB ensaiam
aproximação para 2006
DO PAINEL, EM BRASÍLIA
O prefeito do Rio de Janeiro,
Cesar Maia, disse ontem que o
PSDB "não é um ator relevante"
na superação da atual crise política. Maia fez a declaração para justificar a aproximação entre PFL e
PMDB, ensaiada ontem em almoço promovido pelo senador Marco Maciel (PFL-PE) para o governador de Pernambuco, Jarbas
Vasconcelos (PMDB).
Para o prefeito, os tucanos "estão muito ocupados" decidindo
quem deles vai ser "nomeado"
presidente da República. Por isso,
não estariam interessados em discutir o "desfecho" das investigações das CPIs e as mudanças nas
regras eleitorais que estão em debate no Congresso.
A reunião de ontem deveria ser
uma primeira aproximação institucional entre PFL e PMDB, partidos que se afastaram desde que o
contencioso entre Antonio Carlos
Magalhães (PFL-BA) e Jader Barbalho (PMDB-PA) teve a conseqüência prática de implodir a
aliança de sustentação do governo Fernando Henrique Cardoso,
entre 2000 e 2001.
A Folha apurou que o plano foi
frustrado pelas pressões internas
do PMDB, partido dividido entre
um grupo que apóia o governo e o
oposicionista -e, entre os oposicionistas, também fragmentado
entre os partidários do ex-governador Anthony Garotinho e os
contrários à sua pré-candidatura.
Até a noite da véspera do almoço oferecido por Maciel, o presidente do PMDB, Michel Temer
(SP), havia confirmado sua presença no evento. Apenas às 20h de
quarta Temer avisou que não julgava adequado comparecer.
As pressões contra a ida de Temer partiram tanto de aliados de
Garotinho quanto dos demais
postulantes à candidatura presidencial do partido. Como o PFL
lançou a pré-candidatura de Cesar Maia, adversário do ex-governador do Rio, seus aliados achavam que a aproximação das legendas demonstraria uma tentativa de enfraquecer Garotinho.
Para o PFL, o aceno ao PMDB
funciona como uma tentativa de
se fortalecer na negociação com
os tucanos com vista à eleição do
ano que vem. Para Cesar Maia, os
tucanos têm "certeza" de que,
qualquer um dos pré-candidatos
tucanos que saia vencedor na disputa interna será eleito. Por isso,
"PMDB e PFL, os dois partidos
que são os maiores do Brasil, depois do PT, devem discutir".
A cúpula pefelista trabalha com
um cenário em que os três partidos que foram a base dos dois governos de FHC estarão juntos novamente em 2007, ainda que o
PMDB permaneça no governo
Lula até o ano que vem. "Com Lula disputando a reeleição, não é
impossível que tenhamos dois
candidatos do campo do centro
renovador no segundo turno",
aposta o presidente do PFL, Jorge
Bornhausen (SC).
Ele diz que, no atual cenário, a
maior probabilidade é que PSDB,
PMDB e PFL tenham candidatos
próprios na primeira fase da disputa, mas negociem depois. Bornhausen disse que essa aliança no
segundo turno poderá ser feita independentemente de quem sejam
os candidatos.
(VM)
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