São Paulo, sexta-feira, 02 de setembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Para Ermírio, Serra não deixará cargo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O empresário Antônio Ermírio de Moraes, do Grupo Votorantim, disse ontem acreditar que o prefeito paulistano, José Serra (PSDB), não abandonará o cargo para disputar a corrida ao Palácio do Planalto nas eleições do ano que vem. E aproveitou para dar uma sugestão ao também presidenciável tucano Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, dizendo que, neste momento, ele precisa ser mais "atirado".
Um dos apoiadores da candidatura de Serra no meio industrial na disputa de 2002, quando o tucano perdeu para Luiz Inácio Lula da Silva, Ermírio participou ontem no Itamaraty de cerimônia de entrega de medalha da Ordem do Rio Branco.
Após o evento, falou rapidamente sobre sucessão presidencial. "Acho que [o Serra] não vai não [deixar o cargo]." A seguir, foi questionado sobre uma possível candidatura Alckmin. "Acho que o Alckmin tem muita chance, mas precisa ser mais atirado. Ele está muito recolhido." Disse, porém, que ainda não tem candidato para 2006. O empresário aproveitou o evento de ontem para convidar o presidente Lula para visitar seu complexo empresarial.

Reforma política
O governador Geraldo Alckmin disse ontem que o Brasil vive, com a atual crise política, um momento que não permite "sujeira debaixo do tapete" nem operação-abafa. Defendeu que a reforma política seja discutida, mas não feita agora. "O momento exige uma postura firme no sentido de não permitir sujeira debaixo do tapete. Também não há espaço para nenhum tipo de operação-abafa", afirmou, ao participar do painel "Reforma do Estado e Novo Regime Fiscal", no Fórum Nacional. Depois foi além: "Se houvesse parlamentarismo, o governo já teria caído". Estavam à mesa de debates o deputado Delfim Netto (PP-SP) o economista Raul Velloso e o deputado e presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro Neto (PTB-PE), além do ex-ministro João Paulo Reis Velloso.
Para Alckmin, é preciso discutir e preparar as condições de mudanças futuras, mas não fazer a reforma política já. "Neste momento, em que vivemos uma tempestade, vejo que não é hora de consertar o telhado, mas de identificar onde estão as goteiras para podermos preparar uma reforma política." Segundo ele, há a possibilidade de retroceder em avanços já obtidos caso seja feita a reforma em meio à crise política.
Ao ser questionado se estava em campanha devido ao tom da fala no evento, Alckmin respondeu: "Pelo Brasil faça-se o máximo", usando a frase em latim. Em seguida desconversou. (EDUARDO SCOLESE E ANA FLOR)


Texto Anterior: Renan descarta "acobertamento"
Próximo Texto: Prefeito e Ruth ironizam "silêncio" de intelectuais
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.