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Para Ermírio, Serra não deixará cargo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O empresário Antônio Ermírio
de Moraes, do Grupo Votorantim, disse ontem acreditar que o
prefeito paulistano, José Serra
(PSDB), não abandonará o cargo
para disputar a corrida ao Palácio
do Planalto nas eleições do ano
que vem. E aproveitou para dar
uma sugestão ao também presidenciável tucano Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, dizendo que, neste momento, ele
precisa ser mais "atirado".
Um dos apoiadores da candidatura de Serra no meio industrial
na disputa de 2002, quando o tucano perdeu para Luiz Inácio Lula
da Silva, Ermírio participou ontem no Itamaraty de cerimônia de
entrega de medalha da Ordem do
Rio Branco.
Após o evento, falou rapidamente sobre sucessão presidencial. "Acho que [o Serra] não vai
não [deixar o cargo]." A seguir, foi
questionado sobre uma possível
candidatura Alckmin. "Acho que
o Alckmin tem muita chance, mas
precisa ser mais atirado. Ele está
muito recolhido." Disse, porém,
que ainda não tem candidato para
2006. O empresário aproveitou o
evento de ontem para convidar o
presidente Lula para visitar seu
complexo empresarial.
Reforma política
O governador Geraldo Alckmin
disse ontem que o Brasil vive, com
a atual crise política, um momento que não permite "sujeira debaixo do tapete" nem operação-abafa. Defendeu que a reforma política seja discutida, mas não feita
agora. "O momento exige uma
postura firme no sentido de não
permitir sujeira debaixo do tapete. Também não há espaço para
nenhum tipo de operação-abafa",
afirmou, ao participar do painel
"Reforma do Estado e Novo Regime Fiscal", no Fórum Nacional.
Depois foi além: "Se houvesse
parlamentarismo, o governo já teria caído". Estavam à mesa de debates o deputado Delfim Netto
(PP-SP) o economista Raul Velloso e o deputado e presidente da
CNI (Confederação Nacional da
Indústria), Armando Monteiro
Neto (PTB-PE), além do ex-ministro João Paulo Reis Velloso.
Para Alckmin, é preciso discutir
e preparar as condições de mudanças futuras, mas não fazer a
reforma política já. "Neste momento, em que vivemos uma
tempestade, vejo que não é hora
de consertar o telhado, mas de
identificar onde estão as goteiras
para podermos preparar uma reforma política." Segundo ele, há a
possibilidade de retroceder em
avanços já obtidos caso seja feita a
reforma em meio à crise política.
Ao ser questionado se estava em
campanha devido ao tom da fala
no evento, Alckmin respondeu:
"Pelo Brasil faça-se o máximo",
usando a frase em latim. Em seguida desconversou.
(EDUARDO SCOLESE E ANA FLOR)
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