São Paulo, quarta-feira, 02 de outubro de 2002

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Plano boquinha
O PT definiu que entregará um ministério à esquerda do partido no caso de Lula vencer a eleição. A intenção é evitar que o grupo, contrariado com a política de alianças (Sarney, PL etc), se transforme em um foco de oposição ao governo Lula.

Holerite na mão
Além de um ministério, a esquerda terá cargos de segundo e terceiro escalões. Nomes e postos ainda não foram discutidos pela cúpula da campanha de Lula. Os grupos de esquerda representam cerca de 30% do PT.

Xícara de mágoa
O senador José Alencar (PL), vice de Lula, foi vaiado no comício de anteontem em Santa Catarina, Estado onde a esquerda é maioria no partido. Faixa ao lado do palanque pregava: "Lula presidente para romper com o FMI. Alencar é inaceitável".

Promessa de campanha
No comício de SC, Lula prometeu acabar com a desigualdade salarial entre homens e mulheres: "As mulheres vão poder comprar com seu próprio salário. E, no fim do mês, poderão emprestar um pouco para o marido tomar uma cerveja".

Los hermanos
O site do jornal "Clarín" começou uma enquete sobre a influência na Argentina de uma vitória de Lula. Até o início da noite, 53,4% diziam que seria favorável. Para 23,3%, desfavorável. Os demais 23,3% afirmavam que não teria efeito algum.

Mentirômetro
Em debate dias atrás, Lula contou à platéia: "Já pesquei um jaú de 35 kg". Um assessor do presidenciável petista comentou, em voz baixa: "Tomara que a equipe de Serra não tenha filmado isso. Se não, vão querer "desconstruir" o Lula".

Máquina paulistana
O vereador Edivaldo Estima enviou pelo correio, em envelopes com o timbre da Câmara de SP, material de campanha do filho, Fernando Estima (PL), que concorre a deputado federal.

Paz e amor
A campanha de José Serra (PSDB), em seu site na internet, negou ontem que disponha de "material contra a vida pessoal de outros candidatos". Acrescentou que, mesmo se tivesse tal material, "jamais o utilizaria".

Quem diria
Com a possibilidade de Lula (PT) vencer no primeiro turno, o comitê de Serra (PSDB) enfrenta dificuldades de arrecadação. O marqueteiro Nizan Guanaes teve de colocar dinheiro do próprio bolso para pagar funcionários. Fornecedores reclamam de contas atrasadas.

O papo de sempre
Dirigentes do PMDB procuraram o Planalto com o seguinte discurso: Serra só tem chance de chegar ao segundo turno da eleição se a União liberar verbas, hoje retidas, para municípios.

Não basta ser filho
No encerramento de seus discursos em comícios do PT, Suplicy (SP) sempre manda uma lembrança para o público órfão da "Casa dos Artistas": "Para vocês, um beijo do Papito".

Fidelidade partidária
O PTB-SP interveio no horário eleitoral de Antônio Cabrera, candidato ao governo. Impediu que fosse levado ao ar programa com ataques a Alckmin (PSDB). No lugar, apareceu Celso Jatene, o vice da chapa, elogiando Ciro. Cabrera nem foi citado.

Desabafo
Após o assassinato, por pistoleiros, de Sávio Brandão, proprietário de jornal em Cuiabá (MT), o secretário de Segurança Pública, Benedito Corbelino, afirmou em entrevista a uma emissora de TV: "Alguém tem de tomar uma providência!".

Visita à Folha
Michael Klein, diretor administrativo-financeiro da rede das Casas Bahia, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Antonio Salvador Silva, presidente da Casa da Imprensa.

TIROTEIO

De José Alencar (PL), vice de Lula, sobre o governo FHC:
- Não há desapreço pelo presidente FHC. Mas temos de mudar o foco do governo sobre a administração monetária, para usá-la como meio para promover o desenvolvimento.

CONTRAPONTO

Telefone vermelho

Em 96, o deputado Silvio Torres (PSDB) recebeu vereadores e líderes de Caconde (SP) contrários ao fechamento da agência do Banco do Brasil da cidade.
Torres pediu que sua secretária ligasse para o presidente do BB. Ela tentou, mas ele estava ocupado, atendendo a um embaixador. Minutos depois, a secretária disse que o presidente já iria atendê-lo. O deputado pegou o telefone e um almirante pediu que aguardasse. Torres estranhou que um presidente de banco recebesse um embaixador e tivesse um almirante como assessor. Do outro lado da linha, a pessoa perguntou no que podia ajudar. Ao final da conversa, Torres virou-se para a secretária e perguntou com quem havia falado, para que todos os cacondenses pudessem ouvir. E ela:
- Com o Fernando Henrique, é lógico...
A comitiva ficou impressionada. Mas a agência fechou.



Próximo Texto: Governo: FHC critica "voluntarismo" e "bobagens" de candidatos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.