São Paulo, quarta-feira, 02 de outubro de 2002

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"Petrobras faz ajustes muito oportunos", ironiza tucano

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PELOTAS

O candidato tucano à Presidência da República, José Serra, ironizou ontem, em Pelotas (RS), o fato de a Petrobras ter reajustado o preço do óleo combustível faltando menos de uma semana para a eleição presidencial.
"A Petrobras faz ajustes [de preços] muito oportunos, a três, quatro dias da eleição. Não há a menor dúvida disso", afirmou. A estatal já havia sido alvo de críticas de Serra e dos outros candidatos por causa dos aumentos dos combustíveis. A empresa anunciou, anteontem, aumento de 9,7% no preço do óleo combustível.
Depois da ironia, o tucano procurou atenuar o discurso em relação à estatal. "Se ela fez, é porque acha necessário. Mostra que não está nem aí para a eleição, o que é positivo. Ou seja, a empresa não está interferindo no processo eleitoral em meu favor. Isso é um testemunho de independência."
Em dois momentos Serra interrompeu, nervoso, a entrevista que concedia. Primeiro, quando houve uma referência ao nome do ministro Pedro Malan (Fazenda) -ele se levantou para deixar o local, criticando o "tititi", sem ouvir o que seria perguntado. Depois, quando foi abordado seu discurso em relação ao PT -neste momento, encerrou a entrevista.
Dizendo que "o Brasil está cheio de problemas, a questão é saber quem é capaz de enfrentá-los", não poupou críticas a seus adversários. "Há dois PTs no Brasil. O PT da TV, da paz e amor, bonzinho e ponderado, e o PT real, que é o que há aqui no Rio Grande do Sul. O PT real é outra coisa, é cúmplice das invasões de terra, é o que atrasa salários, como aqui ocorre", disse, referindo-se a supostos atrasos salariais na Prefeitura de Pelotas -o prefeito é o petista Fernando Marroni. A prefeitura nega a acusação.
Utilizando-se da situação de insegurança vivida no Rio de Janeiro, Serra também aproveitou para criticar o PT e o PSB . "Estavam juntos [o então governador Garotinho e a vice-governadora petista Benedita da Silva], e agora um acusa o outro, e quem paga o pato é a população brasileira, é a população do Rio de Janeiro", disse ele.


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