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RETA FINAL
Tucanos acreditam que boatos sobre suposta gravação contra vida de Lula servem como munição para adversários
Serra vê "armação" para tirá-lo do 2º turno
RAYMUNDO COSTA
ENVIADO ESPECIAL A SANTA MARIA (RS)
Uma série de más notícias nos
últimos 15 dias da campanha tirou o humor do candidato do
PSDB à Presidência, José Serra.
Mas nenhuma delas deixou o comando da campanha tucana e o
candidato mais contrariados do
que a notícia segundo a qual estariam armando um ataque na reta
final da campanha envolvendo a
vida privada de Luiz Inácio Lula
da Silva (PT).
Para o comitê eleitoral de Serra,
pelo contrário, trata-se de uma
armação, cuja origem os tucanos
se negam a identificar, para evitar
a ida do candidato ao segundo
turno. Serra disse a interlocutores, antes de embarcar ontem para o Rio Grande do Sul, que seria
"incapaz" de desferir ataque à vida pessoal ao petista.
Segundo os tucanos, os boatos
que circularam ontem dando
conta que de o comitê de Serra teria um filme comprometedor
contra Lula surgiram provavelmente para serem utilizados contra o tucano, no debate entre os
candidatos na TV Globo, marcado para amanhã.
Serra visitou ontem três cidades
gaúchas, fazendo campanha com
o candidato do PMDB ao governo estadual, Germano Rigotto.
Ao contrário do que ocorreu nas
últimas maratonas eleitorais, ele
perdeu a paciência com perguntas feitas pelos jornalistas.
Além das notícias sobre o ataque a Lula, o tucano também estava aborrecido com a decisão do
TSE (Tribunal Superior Eleitoral)
que lhe retirou cerca de oito minutos de tempo de TV justamente no último dia do horário eleitoral gratuito.
Segundo o PSDB, as representações feitas pelo PT deveriam ter
sido julgadas semana passada,
mas o relator, ministro Caputo
Bastos, adiou a apresentação de
seu parecer porque estava gripado. Para os tucanos, ele poderia
ter transferido a tarefa para outro
ministro, o que impediria uma
decisão a ser cumprida justamente no último dia permitido para a
propaganda eleitoral gratuita.
A avaliação tucana é que o tribunal foi intimidado por acusações feitas pela oposição, segundo
as quais sempre decidia a favor de
Serra, e influenciado por ministros simpáticos à candidatura Lula da Silva.
Há 15 dias a campanha de Serra
é alvo de uma série de más notícias, que o candidato tem procurado administrar seja desqualificando os fatos, seja tentando
manter o humor e a ofensiva para
garantir sua passagem para a disputa do segundo turno com Lula.
Dentre esses revés, três deles incomodaram particularmente Serra: a adesão do empresário Eugênio Staub a Lula, a admissão feita
pelo banqueiro Roberto Setúbal,
seu eleitor, de que o petista vencerá e as confidências no mesmo
sentido feitas por Fernando Henrique Cardoso ao presidente argentino, Eduardo Duhalde.
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