São Paulo, sexta-feira, 02 de outubro de 2009

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Na reta final, Ciro muda título eleitoral para SP

Deputado afirma, porém, que mantém seu objetivo de disputar a Presidência, e não o governo paulista

DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No penúltimo dia do prazo previsto no calendário eleitoral, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) transfere hoje seu título de eleitor para São Paulo.
Embora esse seja o passo para concorrer ao governo do Estado, ele reafirmou que seu objetivo é disputar a Presidência em 2010. Mas disse também que quer deixar a possibilidade de São Paulo aberta.
O anúncio sobre a transferência foi feito ontem, em Recife (PE), pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, na presença de Ciro.
"Não estamos discutindo a candidatura ao governo de São Paulo, e sim a pré-candidatura de Ciro à Presidência da República. O fato de ele ir para SP vai levar este debate para lá."
O presidente Lula, cujo governo tem o apoio do PSB, foi quem pediu a Ciro a mudança, para ter uma opção a mais na disputa do governo paulista dentro de sua base política.
Ciro delegou ao partido a decisão sobre a transferência. Ontem, disse que ela foi combinada com Lula e com o PT.
"Queremos disputar a Presidência da República desde que essa pretensão legítima do nosso partido não ponha nem em mais remoto risco o que está de fato em jogo: que é a ameaça de o país voltar ao passado."
Questionado sobre o que o diferenciaria da possível candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), nome apoiado por Lula, Ciro citou a aliança do PT com o PMDB.
"O que me preocupa muito é se qualquer um de nós aguenta a contradição inerente à atual hegemonia moral e intelectual frouxa que marca a relação do PT com o PMDB nacionais".

Alianças
O PT trabalha para fechar, até o fim de novembro, pré-compromissos com outros três partidos aliados, além do que deve ser formalizado nas próximas semanas com o PMDB.
O alvo dos petistas é o PDT, o PC do B e o PR. Num primeiro passo, Dilma jantará na próxima terça-feira com a bancada do PDT em Brasília.
Além de fortalecer a campanha petista, o assédio aos três partidos tem o objetivo de isolar a candidatura presidencial de Ciro Gomes pelo PSB.
Reunida ontem em Brasília, a Executiva Nacional do PT escalou dois grupos para deflagrar os preparativos da campanha.
O primeiro, chamado de Grupo de Trabalho Eleitoral, será coordenado pelo atual presidente do partido, Ricardo Berzoini (SP), e terá outros 12 integrantes, entre eles o prefeito de São Leopoldo (RS), Ary Vanazzi, e o secretário de organização do PT, Paulo Frateschi.
Do Congresso, foram indicados Ideli Salvatti (PT-SC), João Paulo Cunha (PT-SP) e José Mentor (PT-SP). Este grupo será responsável pelas alianças nacionais e estaduais, além da preparação da agenda de atividades partidárias de Dilma.
À segunda equipe caberá traçar as diretrizes do programa de governo do PT. Este grupo deverá ser presidido pelo assessor internacional do presidente Lula, Marco Aurélio Garcia.
Além dele, foram indicados o ex-ministro Humberto Costa (PE), a deputada Maria do Rosário (RS), o senador Aloizio Mercadante (SP) e o ex-prefeito de Guarulhos Elói Pietá (SP). Da Câmara, deverão integrar o grupo os deputados Pepe Vargas (RS), Carlos Abicalil (MT) e Virgílio Guimarães (MG).


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