São Paulo, sexta-feira, 02 de novembro de 2001

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PFL insufla Roseana-2002, e Cesar Maia ironiza Serra

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PFL aproveitou o lançamento do programa de TV do partido, que foi ao ar ontem, para criticar os demais pré-candidatos à Presidência da República em 2002.
"Não adianta ser o candidato do coração do presidente, mas o do coração das pessoas", afirmou o prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL), resumindo a opinião do partido ontem na reunião da Executiva do PFL.
Para Maia, o ministro José Serra (Saúde), pré-candidato tucano e tido como o candidato do coração de FHC, reúne muitas qualidades pessoais e técnicas, mas não eleitorais: "Se fosse concurso público, é claro que ele ia ganhar, mas estamos falando de eleição".
Aproveitando-se da indefinição dos partidos aliados na escolha de seus pré-candidatos à sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso, o PFL usou o horário partidário gratuito na TV para tentar consolidar a candidatura da governadora Roseana Sarney (MA). Ela é o pefelista mais bem colocado nas pesquisas de intenções de voto para a sucessão.
O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), afirmou que o escolhido deverá ser o pré-candidato que tiver mais condições de vitória. A definição, para ele, deverá acontecer na segunda quinzena de fevereiro, depois que o PMDB tiver passado pelas prévias -que ocorrem em 20 de janeiro- e o Congresso retomar os trabalhos -em 15 de fevereiro.
"Nós não temos dissensão interna, por isso estamos apresentando Roseana como pré-candidata. Compreendemos que os demais partidos têm de vencer dificuldades", disse Bornhausen.
O pefelista reafirmou que o partido vai fazer todo o esforço para manter a aliança, mas que, se as tentativas fracassarem, seguirá com a candidatura própria da governadora do Maranhão.
"Cada um vai seguir sua estratégia pessoal, até que o PMDB decida se vai participar da aliança."
Para Bornhausen, as pesquisas de opinião poderão ser um dos critérios para a definição do candidato da aliança.
O comportamento do PSDB é o principal alvo das críticas pefelistas. Maia afirmou que os pré-candidatos tucanos se destacam mais pelas críticas e não pela afirmação do governo. Na avaliação do partido, o problema não é o governo, mas o candidato viável.
"Ninguém é mais identificado com o governo do que o PFL. O nosso nome [Roseana" está empatado em segundo lugar nas pesquisas. Será que o problema está no governo ou no candidato do PSDB?", argumentou Maia.
O prefeito do Rio afirmou que Serra está em constante exposição positiva na mídia e mesmo assim não consegue mais do que 5% nas pesquisas. "Ele é candidato para ganhar a eleição?", questionou.
Maia levou à reunião da Executiva o resultado de pesquisa de opinião do instituto GPP feita em 16 Estados com 2.797 eleitores nos dias 20 e 21 de outubro. Em um dos itens da pesquisa, Maia ressalta que, quando Serra aparece como candidato de FHC, "60% dizem que não vão votar nele de jeito nenhum, 6% dizem que sim, e 35% dizem que existe alguma chance de votar nele".
Em resposta a Maia, o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior, disse que as declarações devem ser encaradas como um estímulo à candidatura tucana. "Maia tem afirmado que Serra seria o melhor presidente e que passaria em qualquer concurso público. Se Serra pode ser o melhor presidente da República, cabe às forças políticas responsáveis transformá-lo em melhor candidato", disse.
(DENISE MADUEÑO)




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