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PFL insufla Roseana-2002, e Cesar Maia ironiza Serra
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PFL aproveitou o lançamento
do programa de TV do partido,
que foi ao ar ontem, para criticar
os demais pré-candidatos à Presidência da República em 2002.
"Não adianta ser o candidato do
coração do presidente, mas o do
coração das pessoas", afirmou o
prefeito do Rio de Janeiro, Cesar
Maia (PFL), resumindo a opinião
do partido ontem na reunião da
Executiva do PFL.
Para Maia, o ministro José Serra
(Saúde), pré-candidato tucano e
tido como o candidato do coração
de FHC, reúne muitas qualidades
pessoais e técnicas, mas não eleitorais: "Se fosse concurso público,
é claro que ele ia ganhar, mas estamos falando de eleição".
Aproveitando-se da indefinição
dos partidos aliados na escolha de
seus pré-candidatos à sucessão do
presidente Fernando Henrique
Cardoso, o PFL usou o horário
partidário gratuito na TV para
tentar consolidar a candidatura
da governadora Roseana Sarney
(MA). Ela é o pefelista mais bem
colocado nas pesquisas de intenções de voto para a sucessão.
O presidente do PFL, senador
Jorge Bornhausen (SC), afirmou
que o escolhido deverá ser o pré-candidato que tiver mais condições de vitória. A definição, para
ele, deverá acontecer na segunda
quinzena de fevereiro, depois que
o PMDB tiver passado pelas prévias -que ocorrem em 20 de janeiro- e o Congresso retomar os
trabalhos -em 15 de fevereiro.
"Nós não temos dissensão interna, por isso estamos apresentando Roseana como pré-candidata. Compreendemos que os demais partidos têm de vencer dificuldades", disse Bornhausen.
O pefelista reafirmou que o partido vai fazer todo o esforço para
manter a aliança, mas que, se as
tentativas fracassarem, seguirá
com a candidatura própria da governadora do Maranhão.
"Cada um vai seguir sua estratégia pessoal, até que o PMDB decida se vai participar da aliança."
Para Bornhausen, as pesquisas
de opinião poderão ser um dos
critérios para a definição do candidato da aliança.
O comportamento do PSDB é o
principal alvo das críticas pefelistas. Maia afirmou que os pré-candidatos tucanos se destacam mais
pelas críticas e não pela afirmação
do governo. Na avaliação do partido, o problema não é o governo,
mas o candidato viável.
"Ninguém é mais identificado
com o governo do que o PFL. O
nosso nome [Roseana" está empatado em segundo lugar nas pesquisas. Será que o problema está
no governo ou no candidato do
PSDB?", argumentou Maia.
O prefeito do Rio afirmou que
Serra está em constante exposição
positiva na mídia e mesmo assim
não consegue mais do que 5% nas
pesquisas. "Ele é candidato para
ganhar a eleição?", questionou.
Maia levou à reunião da Executiva o resultado de pesquisa de
opinião do instituto GPP feita em
16 Estados com 2.797 eleitores nos
dias 20 e 21 de outubro. Em um
dos itens da pesquisa, Maia ressalta que, quando Serra aparece como candidato de FHC, "60% dizem que não vão votar nele de jeito nenhum, 6% dizem que sim, e
35% dizem que existe alguma
chance de votar nele".
Em resposta a Maia, o líder do
PSDB na Câmara, Jutahy Júnior,
disse que as declarações devem
ser encaradas como um estímulo
à candidatura tucana. "Maia tem
afirmado que Serra seria o melhor
presidente e que passaria em
qualquer concurso público. Se
Serra pode ser o melhor presidente da República, cabe às forças políticas responsáveis transformá-lo
em melhor candidato", disse.
(DENISE MADUEÑO)
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