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Preocupação com imagem ética mobiliza partido
DA REPORTAGEM LOCAL
Pressionado por acusações
contra seus governos estaduais, o
PT procura evitar o desgaste do
que considera ser um de seus
principais "ativos" eleitorais: a
imagem de partido ético na administração pública.
A direção nacional da legenda
dá duas orientações gerais a governadores e prefeitos alvos de
acusações. A primeira é responder à altura aos autores das denúncias, cobrando a revelação de
provas, e lembrar a motivação supostamente política dos ataques.
"Não podemos nos intimidar,
mas responder à altura. Temos
claro que o objetivo de nossos adversários é demolir um dos pilares da credibilidade petista, que é
justamente a questão ética", diz o
secretário petista de Assuntos da
Federação, Jorge Bittar. Para ele, a
relação das denúncias com a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva
nas pesquisas "é clara".
A segunda orientação aos governadores é que investiguem a
fundo os casos, mas sempre a partir da existência de indícios minimamente sólidos.
O caso gaúcho é um exemplo
que justifica investigação, segundo o PT. Já uma acusação como a
feita contra a vice-governadora
do Rio, Benedita da Silva, pelo governador Anthony Garotinho
(PSB), de que teria desviado recursos para construção de um
restaurante, não merece, a princípio, consideração.
"Não foi apresentado uma prova ou indício sequer no caso da
Benedita. Nesses casos, a orientação é acionar judicialmente o detrator. O PT é um partido que
apura, mas sempre age com critério", disse Bittar.
O mais recente episódio envolvendo um governo petista é o da
divulgação de conversas telefônicas envolvendo a administração
gaúcha com o jogo do bicho.
Recentemente também houve
revelações de uma CPI sul-matogrossense sobre verbas secretas
utilizadas pelo governador Zeca
do PT e a suspeita de formação de
cartel para fornecimento de gasolina para o governo de Jorge Viana (AC). Bittar conversou com
Viana transmitindo as recomendações da direção do partido.
Vantagem competitiva
A preocupação do PT de faturar
eleitoralmente o discurso da ética
na administração pública foi explicitada no ano passado por um
artigo assinado por Lula que virou referência no partido. O título
do artigo -"A honestidade como
vantagem competitiva"- incorpora o jargão liberal. O texto foi
distribuído ao partido em plena
campanha municipal, com a
orientação expressa de que pautasse o discurso dos candidatos.
"Nós, do PT, temos políticas
concretas de combate à corrupção. Em praticamente todos os
municípios e Estados em que o
nosso partido chega ao governo, a
arrecadação aumenta e os cofres
públicos passam a ter recursos suficientes para investimentos sociais", dizia o artigo de Lula.
O presidenciável petista prossegue: "[Nos governos petistas" terminam a roubalheira, o clientelismo, o leilão de cargos e postos de
direção. E são aplicados programas de modernização administrativa e financeira."
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