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CONGRESSO
Temer defende oposição propositiva, Requião quer apoio a Lula e Calheiros aceita discutir participação no governo
Dividido, PMDB ensaia oposição moderada
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A exemplo do que o PSDB e o
PFL fizeram nesta semana, a cúpula do PMDB pretende divulgar,
na próxima terça-feira, uma nota
informando que o partido exercerá oposição ao governo de Luiz
Inácio Lula da Silva, ressalvando
que contribuirá para a governabilidade no campo congressual.
Mas o partido está dividido em
relação ao rumo a ser tomado e o
tom da nota será definido na próxima terça, em Brasília, em reunião da Comissão Executiva Nacional com quatro dos cinco governadores que o partido elegeu.
O governador eleito do Paraná,
senador Roberto Requião, que
defende aliança com o governo
Lula, avisou que não irá participar
do encontro. Além dele, o governador eleito de Santa Catarina,
Luiz Henrique, também prega
apoio ao futuro governo. O catarinense jantaria ontem com o governador eleito do Rio Grande do
Sul, Germano Rigotto (PMDB),
para convencê-lo a aderir à tese.
Outro que tem manifestado posição mais light em relação ao governo Lula é o líder do partido no
Senado, Renan Calheiros (AL).
Nesta semana, ele deu declarações admitindo que o PMDB poderá analisar uma eventual participação da base de apoio a Lula.
Integrantes da cúpula do partido argumentam que Renan assumiu essa posição porque está em
campanha para tentar se eleger
presidente do Senado.
Na tentativa de buscar unidade
no PMDB, o presidente do partido, deputado Michel Temer (SP),
já conversou com os futuros governadores, exceto Requião: ""Nós
não temos o desejo de ir para o
governo. Devemos assegurar a
governabilidade, aprovando no
Congresso o que for útil para o
país, mas tendo a liberdade de nos
opor ao que for inútil", disse.
Segundo ele, isso significa fazer
uma "oposição propositiva" ao
governo Lula. Isso significa, por
exemplo, apoiar o aumento do salário mínimo de R$ 200 para R$
211, como está previsto no Orçamento de 2003, caso essa seja a
proposta do PT, entendendo as
dificuldades do governo federal.
O PFL e o PSDB, em contraste, já
estão defendendo um valor
maior, de R$ 240 no mínimo.
Há diferenças sutis entre as posições já tomadas. O PSDB declarou uma oposição "fiscalizadora e
construtiva". O PFL optou por
uma oposição "responsável, fiscalizadora e guardiã das liberdades
individuais e coletivas".
Colaborou OTÁVIO CABRAL, do Painel,
em Brasília
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