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São Paulo, domingo, 02 de novembro de 2003

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DATAFOLHA

Pesquisa mostra que, para 44%, o governo petista apresenta um desempenho regular; a taxa de ruim ou péssimo é de 11%

Aprovação de Lula oscila de 45% para 42%

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao completar dez meses de mandato, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva sofreu uma pequena oscilação na sua popularidade, que saiu de 45% em agosto e escorregou para 42% agora, segundo pesquisa Datafolha realizada nos dias 28 e 29 de outubro.
Como a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, Lula poderia ter, em agosto, entre 43% e 47% de ótimo ou bom. E agora pode ter entre 40% e 44%, o que mostra uma oscilação dentro da margem de erro do levantamento.
O Datafolha entrevistou 3.627 pessoas em 130 cidades nos 26 Estados e no Distrito Federal.
Para 44% dos entrevistados, o governo Lula apresenta um desempenho regular. A taxa de ruim ou péssimo foi de 10% para 11%.
A pesquisa mostra que há, até agora, uma estabilidade na taxa de aprovação de Lula neste seu primeiro ano como presidente. No primeiro levantamento do instituto neste ano, em março, Lula começou com 43% de aprovação para seu governo -taxa dos entrevistados que disseram que a administração era boa ou ótima. O percentual foi para 42% em junho e para 45% em agosto.
Com os 42% atuais, portanto, Lula ziguezagueou de 42% a 45% nesses seus dez primeiros meses. Do ponto de vista técnico, não é possível dizer se há uma tendência de alta nem de baixa na avaliação da imagem de seu governo.
A pequena variação negativa neste décimo mês ocorreu em meio a algumas pequenas crises no governo. Duas delas envolvendo os ministros Agnelo Queiroz (Esportes) e Benedita da Silva (Assistência Social). Ambos viajaram para o exterior, foram criticados e devolveram parte da verba.
Ainda assim, a percepção geral do eleitorado sobre os ministros de Lula não é muito abaixo do que a avaliação do governo: 38% acham que seus assessores de primeiro escalão têm um desempenho ótimo ou bom, 48% acham que é regular e 10% escolheram a categoria ruim ou péssimo.

Focos de antipatia
Apesar da manutenção da popularidade do governo num patamar acima de 40%, a pesquisa permite localizar o que podem ser potenciais focos de antipatia em relação à administração -ainda que esse descontentamento seja incipiente se considerado o conjunto global do levantamento.
Por exemplo, entre os brasileiros com renda mensal superior a dez salários mínimos, a aprovação de Lula caiu de 44% em agosto para 37% agora.
Também demonstraram um pouco de desencanto os entrevistados com nível escolar médio, entre os quais a aprovação a Lula baixou de 45% para 40%. Entre os nordestinos, diminuiu o conceito do presidente, com uma queda de 48% para 44% na popularidade.
No que diz respeito ao desempenho da economia e situação geral do país, há sinais desencontrados emitidos pelos pesquisados. Por exemplo: para 26%, os maiores beneficiados até agora pelo governo Lula são os políticos. Em segundo lugar, com 18%, os bancos -que têm anunciado lucros altos neste ano por causa da manutenção das altas taxas de juros.
Embora satisfeitos com o governo e com o desempenho pessoal do presidente, os brasileiros parecem pouco ou moderadamente felizes com o que aconteceu com as suas vidas. Apenas 20% dos entrevistados disseram que estão hoje melhor do que antes da posse de Lula, em 1º de janeiro passado. E 67% acham que está tudo igual nas suas condições de vida. Para 12%, a situação hoje é pior.
Todos os indicadores de imagem pessoal de Lula continuam preservados em patamares altos. Um sinal de que tem dado certo a estratégia do presidente de falar de improviso e usar metáforas -como comparar a negociação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) com o truco, um jogo de baralho.
Para 90% dos entrevistados, Lula é uma pessoa humilde. Há 89% dos brasileiros que o consideram simpático. Já 80% enxergam sinceridade nos seus atos.
Em 71% das respostas das classes D e E, ele é dado como muito inteligente. O percentual cai para 64% nas classes A e B. A maior diferença de avaliação entre classes sociais é quando o Datafolha pergunta se Lula é democrático. Para 78% dos integrantes da elite (classes A e B), sim, ele é. Já, entre os mais pobres (D e E), 58% acham que Lula tem esse predicado.
A maioria dos eleitores que declaram ter votado em Lula no segundo turno está satisfeita: 51% aprovam seu desempenho.


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