UOL

São Paulo, terça-feira, 02 de dezembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

JUDICIÁRIO

Eleito herdará órgão marcado por congestionamento de processos que esperam julgamento; fila pode chegar a 3 anos

Tribunal de Justiça de SP elege presidente amanhã

FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Em eleição direta, com o voto secreto de 132 desembargadores, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo escolherá amanhã, a partir das 13h, quem ocupará a presidência do órgão no biênio 2004-2005.
Disputam a sucessão de Sérgio Augusto Nigro Conceição, 67: Álvaro Lazzarini, 67, atual vice-presidente e corregedor do Tribunal Regional Eleitoral, e Luiz Elias Tâmbara, 63, atual corregedor-geral da Justiça.
A eleição no maior tribunal estadual do país ocorre no momento em que a imagem do Judiciário está exposta a um amplo debate público sobre suas deficiências.
O eleito herdará um tribunal marcado pelo congestionamento de processos para julgamento. Calcula-se que a fila de espera para distribuição de processos na segunda instância, em São Paulo, chega a, no mínimo, três anos.
Nascido em Jundiaí (SP), Lazzarini disputa pela segunda vez a presidência do TJ. Em 2001, perdeu a eleição para Nigro, que obteve 84 dos 129 votos. Lazzarini entende que o Poder Judiciário precisa de uma profunda reforma estrutural e conjuntural.
"Não é a falta de diagnósticos que emperra o Poder Judiciário, e sim a falta de vontade política e de coragem moral para se implementar as soluções e remédios, muitas vezes amargos, necessários para a correção dos rumos administrativos", afirmou em artigo na "Tribuna do Direito".
Seu plano de ação destaca: recursos humanos, comunicação, segurança e meios materiais. Na eleição passada, defendeu a valorização dos servidores, a descentralização da administração e a abertura do tribunal para o público e a imprensa.
Nascido em Bauru (SP), Tâmbara entende que cabe ao presidente do TJ "a defesa imediata dos magistrados e do Poder Judiciário dos injustos ataques que vêm sofrendo, seja quem for o agressor, dotando a administração do tribunal de mecanismos ágeis, aptos e eficientes para responder às críticas infundadas".
Em artigo na mesma publicação, defendeu o aperfeiçoamento dos recursos humanos e "soluções criativas para enfrentar e vencer o crescente movimento judiciário, sem aumentar ainda mais a atual sobrecarga de trabalho dos juízes". Quer aproximar o Judiciário de instituições como USP (Universidade de São Paulo), BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Bird (Banco Mundial) e BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para obter recursos e experiências na reengenharia administrativa.
Na eleição de amanhã também serão escolhidos três vice-presidentes do órgão.


Texto Anterior: Perfil: Acusado virou amigo de Celso Daniel em 1988
Próximo Texto: Roraima: Flamarion pode responder por desvio de verba
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.