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JUDICIÁRIO
Eleito herdará órgão marcado por congestionamento de processos que esperam julgamento; fila pode chegar a 3 anos
Tribunal de Justiça de SP elege presidente amanhã
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Em eleição direta, com o voto
secreto de 132 desembargadores,
o Tribunal de Justiça do Estado de
São Paulo escolherá amanhã, a
partir das 13h, quem ocupará a
presidência do órgão no biênio
2004-2005.
Disputam a sucessão de Sérgio
Augusto Nigro Conceição, 67: Álvaro Lazzarini, 67, atual vice-presidente e corregedor do Tribunal
Regional Eleitoral, e Luiz Elias
Tâmbara, 63, atual corregedor-geral da Justiça.
A eleição no maior tribunal estadual do país ocorre no momento em que a imagem do Judiciário
está exposta a um amplo debate
público sobre suas deficiências.
O eleito herdará um tribunal
marcado pelo congestionamento
de processos para julgamento.
Calcula-se que a fila de espera para distribuição de processos na segunda instância, em São Paulo,
chega a, no mínimo, três anos.
Nascido em Jundiaí (SP), Lazzarini disputa pela segunda vez a
presidência do TJ. Em 2001, perdeu a eleição para Nigro, que obteve 84 dos 129 votos. Lazzarini
entende que o Poder Judiciário
precisa de uma profunda reforma
estrutural e conjuntural.
"Não é a falta de diagnósticos
que emperra o Poder Judiciário, e
sim a falta de vontade política e de
coragem moral para se implementar as soluções e remédios,
muitas vezes amargos, necessários para a correção dos rumos
administrativos", afirmou em artigo na "Tribuna do Direito".
Seu plano de ação destaca: recursos humanos, comunicação,
segurança e meios materiais. Na
eleição passada, defendeu a valorização dos servidores, a descentralização da administração e a
abertura do tribunal para o público e a imprensa.
Nascido em Bauru (SP), Tâmbara entende que cabe ao presidente do TJ "a defesa imediata
dos magistrados e do Poder Judiciário dos injustos ataques que
vêm sofrendo, seja quem for o
agressor, dotando a administração do tribunal de mecanismos
ágeis, aptos e eficientes para responder às críticas infundadas".
Em artigo na mesma publicação, defendeu o aperfeiçoamento
dos recursos humanos e "soluções criativas para enfrentar e
vencer o crescente movimento judiciário, sem aumentar ainda
mais a atual sobrecarga de trabalho dos juízes". Quer aproximar o
Judiciário de instituições como
USP (Universidade de São Paulo),
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Bird (Banco Mundial) e BID
(Banco Interamericano de Desenvolvimento) para obter recursos e
experiências na reengenharia administrativa.
Na eleição de amanhã também
serão escolhidos três vice-presidentes do órgão.
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