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Para senadores, é difícil que governo não envie mais PECs
A Presidência apresentou 13 propostas desde 2003
LUCAS FERRAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Senadores governistas e da
oposição avaliam ser difícil o
governo Lula passar os próximos três anos sem encaminhar
ao Congresso nenhuma PEC
(proposta de emenda constitucional).
São comuns as alterações da
Constituição. Desde a sua promulgação, em 1988, foram 62
mudanças, entre emendas
constitucionais e de revisão.
A Folha revelou ontem que o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva decidiu não encaminhar
mais ao Legislativo, até o final
do segundo mandato, projetos
que mudam a Constituição.
A avaliação do presidente
Lula é que falta ao governo
apoio sólido no Senado, principalmente na votação de temas
polêmicos, como ficou claro na
batalha perdida da CPMF, em
dezembro.
A única exceção é a reforma
tributária, prometida durante
as negociações da prorrogação
do imposto do cheque.
Para o presidente do Senado,
Garibaldi Alves (PMDB-RN), é
"muito difícil" o governo ficar
até 2010 sem alterar a Constituição. Para o presidente Lula
voltar a confiar no Senado, raciocina, será necessário melhorar a relação com os senadores,
o que inclui distribuir cargos e
liberar verbas. "O governo precisa afagar sem receio e preconceito."
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR),
disse que a Presidência apresentou todas as PECs necessárias -foram 13 desde 2003.
Ele, entretanto, não descartou
novas propostas de emenda,
apesar de ressaltar que essa
"realidade está fora do horizonte de curto prazo".
Para a oposição, o Executivo
usa a derrota da CPMF como
"escudo de proteção". Segundo
o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), o governo não quer enfrentar temas polêmicos, como as reformas sindical e política. "Ele não
pensa no país, só no conforto
político", declarou.
Tucanos acham que a decisão de Lula prejudica as reformas que o país necessitaria.
"Sem as PECs, o Brasil interrompe as reformas e o ciclo de
crescimento", afirmou Arthur
Virgílio (AM), líder da bancada
tucana no Senado, que classificou como "ridícula" a decisão
de Lula.
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