São Paulo, domingo, 3 de janeiro de 1999

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PAINEL

O plano do presidente...

FHC avalia que jogará o sucesso de seu 2º mandato nos próximos seis meses. Na política, julga que precisa se impor ao atual Congresso -aprovando a CPMF (o que não será fácil)- e aos novos deputados -fazendo passar a reforma política (inclusive a fidelidade partidária).
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...e a ameaça econômica

Aprovar o ajuste fiscal e a reforma política são pressupostos para que FHC reúna forças e enfrente a armadilha da política econômica, que pode condenar o 2º mandato a medíocres taxas de crescimento do PIB. Ou seja: com essas vitórias, será difícil, mas, sem elas, quase impossível.
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Filosofia de borracharia

Do líder do PTB na Câmara, Paulo Heslander (MG), sobre as críticas de que o presidente cedeu demais aos aliados na formação do novo ministério: "Política é como óleo de carro. Suja e fede. Mas, sem óleo, nem o Fusca nem a BMW funcionam".
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Por onde passa um boi...

Estimulada por Marco Maciel (PFL), a Caixa Econômica Federal voltou a analisar a concessão de um empréstimo à estatal de eletricidade de Pernambuco. Dinheiro para tapar buracos do caixa estadual, que Arraes (PSB) também tentou, mas não levou.
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...passa uma boiada

A operação de socorro da Caixa a Pernambuco está sendo acompanhada com lupa pelos novos governadores de Estado. Pode abrir um precedente a ser seguido por todos os demais que se queixam de haver herdado só dívidas de seus antecessores.
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Boicote tucano

O PMDB teve de recorrer diretamente a FHC para garantir a transferência da área de irrigação do Meio Ambiente para a Secretaria de Políticas Regionais. Combinada entre o partido e o presidente, a mudança não constava da primeira versão da MP que reestruturou o governo.
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Anticorpos

O clima de guerra prossegue em Brasília. Adesivo colado em carros de partidários de Joaquim Roriz (PMDB), que substituiu o petista Cristovam Buarque no governo do Distrito Federal: "PT e catapora só se pega uma vez".
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Faroeste alagoano

Augusto Farias (PFL-AL) guarda uma bomba contra Talvane Albuquerque (PFL-AL), acusado de mandar matar a deputada Ceci Cunha (PSDB-AL). O irmão de PC nega, mas "grampeou" um pistoleiro. Quem ouviu a fita espantou-se com o diálogo.

Só para comparar

Os 35% de ótimo/bom com que FHC concluiu seu primeiro mandato são inferiores aos 41% obtidos por Itamar em dezembro de 94, segundo o Datafolha. Mas foi por causa do real, arquitetado por FHC, que o ex-presidente teve essa aprovação.
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Última que morre

Os brasileiros se decepcionaram com o Congresso. Menos da metade dos 42% que previam um desempenho ótimo ou bom dos parlamentares antes da posse confirmaram sua expectativa. Ainda assim, 41% apostam no êxito dos novos congressistas.
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Nivelando por baixo

Ao longo de quase todo o mandato FHC obteve taxas de reprovação muito inferiores às do Congresso. No fim, porém, a coisa apertou: 25% acharam seu governo ruim ou péssimo, contra 31% que têm a mesma opinião sobre os parlamentares.
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Jogatina 1

Novo ministro dos Esportes, Rafael Greca tem pela frente um desafio pesado: enfrentar o lobby dos donos de casas de bingo. Eles querem mudança na atual legislação em vigor, implantada na gestão de Pelé.
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Jogatina 2

Caso se interesse mesmo pelo assunto, Greca pode pedir a Everardo Maciel, secretário da Receita, os mapas da corrupção da jogatina. Auditoria realizada em Minas descobriu como agem os donos de bingos no Estado.
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Candidato oficial

Presidente do PT, José Dirceu está trabalhando pela candidatura de Genoino à liderança do partido na Câmara. Genoino deve ter votos até na esquerda do partido que, assim, espera engessar o petista "ultralight".
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TIROTEIO

Do ex-presidente José Sarney (PMDB), sobre o monótono discurso de posse de FHC no Congresso, feito sem a verve costumeira, e a data da posse em 1º de janeiro:
- A escolha do dia é que não é propícia para muita eloquência.


CONTRAPONTO
Gozação, monarquia e castidade

Durante a campanha do plebiscito de 93 que decidiria se o Brasil continuava uma República ou voltava a ser monarquia, alguns atores do grupo Ornitorrinco interpretavam a "verdadeira família real" e se divertiam perseguindo os monarquistas.
Em um debate na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, o artistas resolveram provocar d. Bertrand de Orleans e Bragança, membro da família real e ligado à TFP (Tradição, Família e Propriedade), que se dizia casto.
Combinaram com um aluno que perguntasse a d. Bertrand se a história da castidade era verdadeira. O monarquista assentiu.
Nessa hora, um ator, vestido de mulher grávida, entrou no auditório da faculdade e disse:
- É mentira. Eu vou ter um filho dele!
Confusão armada, os estudantes caíram na gargalhada. E um pequeno grupo começou a entoar:
- Ei, ei, ei, o rei também é gay.



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