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PRIVATIZAÇÃO
Maior reserva do metal no país pode elevar o preço da estatal, que o governo quer vender neste trimestre
Nova jazida da Vale possui 500 t de ouro
ABNOR GONDIM
da Sucursal de Brasília
Geólogos e consultores da Companhia Vale do Rio Doce estimam
que a nova jazida mineral descoberta em Carajás (leste do Pará)
em outubro de 1996 tenha 500 toneladas de ouro.
A jazida, denominada Corpo
Alemão, tem três vezes mais minério do que a maior mina de ouro já
dimensionada no país -Serra
Leste (PA), com 150 toneladas, a 2
km do garimpo de Serra Pelada, já
desativado. Desde 1980, Serra Pelada produziu oficialmente 50 toneladas de ouro.
A estimativa da nova jazida foi
confirmada à Folha pelo consultor
da Vale Roberto Assad, que esteve
na área em outubro passado.
Corpo Alemão é um desdobramento mineral da jazida Igarapé
Bahia, onde já foram dimensionadas 100 toneladas de ouro.
A exploração da nova jazida colocará a Vale, às vésperas de ser
privatizada, no ranking mundial
dos maiores produtores de ouro.
E aumenta a polêmica sobre a
venda da estatal, uma das prioridades da equipe econômica do governo federal.
``A Vale não deve ser privatizada
antes de ser conhecido o real valor
dessa mina e de outras áreas promissoras ainda não exploradas em
Carajás'', afirmou Assad.
Em Carajás, a Vale já tinha uma
reserva de ouro estimada em 450
toneladas. Com a nova mina, a reserva passaria a 950 toneladas, no
valor de R$ 12 bilhões, de acordo
com o preço atual do grama do ouro -R$ 11,685.
A venda da Vale, prevista para
este trimestre, deverá render ao
governo entre R$ 2,5 bilhões e R$
3,5 bilhões. O governo deve se desfazer de cerca de 25% das ações da
empresa. Hoje, detém 51%.
Até o ano 2000, as jazidas de ouro
Corpo Alemão, Igarapé Bahia, Salobo e Serra Leste deverão produzir 30 toneladas por ano. Em um
ano e meio, Carajás terá produzido
quase 50 toneladas.
A nova descoberta da Vale no
Pará poderá atrair recursos previstos para o projeto Salobo, cuja exploração prevê produção de 550
mil toneladas de cobre concentrado e 200 toneladas de ouro.
Salobo deverá ser o maior investimento no país até o final do século -R$ 1,5 bilhão, seis vezes o valor da fábrica da Volkswagen no
Rio de Janeiro.
Segundo geólogos da Vale, os resultados em 16 furos de sondagem
apontaram que Corpo Alemão
tem pelo menos duas vezes mais
ouro e cobre que a mina de Salobo,
e ambos são de melhor qualidade.
Oficialmente, a Vale informou
que ainda é cedo para avaliar o potencial da mina de Corpo Alemão.
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