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São Paulo, segunda-feira, 03 de fevereiro de 2003

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PAINEL

Terceira via
O TCU aponta abuso na terceirização de funcionários nas contas de 2001 de FHC. Naquele ano, 25.930 servidores terceirizados da administração direta consumiram R$ 1,5 bilhão, ou 24% da folha. Com as estatais, os gastos chegam a R$ 5,4 bilhões.

Vinculação disfarçada
A terceirização começou com limpeza e vigilância e chegou aos chamados "consultores". Para o TCU, essa "mão-de-obra alheia aos quadros funcionais" fazia "tarefas rotineiras".

Economia forçada
Na gestão FHC, a terceirização aumentou e caiu o ingresso no serviço público mediante concurso (19.675 em 1995, 7.815 em 1998 e apenas 660 em 2001). Para o TCU, o governo quis desonerar o Estado de encargos sociais.

Revisão rigorosa
José Sarney chegou ontem ao Senado com os olhos vermelhos. Passou a madrugada recuperando o discurso, que sumira numa pane em seu computador.

Objeto do desejo
Aloizio Mercadante, líder do governo Lula no Senado, ficará no gabinete que foi de Serra e de FHC, um dos maiores da Casa. Há alguns anos, Eduardo Suplicy (PT), que é vizinho, ocupou uma sala do supergabinete.

Dose dupla
Enéas e parlamentares do Prona chegaram atrasados ao jantar do deputado João Paulo à bancada paulista, quinta-feira. Haviam errado o endereço e entrado na festa do presidente da Câmara, Efraim Morais (PFL-PB).

Lobby das armas
Os deputados Denise Frossard e Antônio Biscaia, que coordenaram os programas de segurança pública de Serra e Lula, receberam contribuições de campanha da Enguia, firma ligada à indústria de armamento CBC.

Outro lado
Denise Frossard recebeu R$ 80 mil. É contra o desarmamento civil e diz que sabia da ligação entre a Enguia e a CBC. Biscaia (R$ 13 mil) diz que desconhecia.

Time reforçado
Há um petista na "bancada da bola" da CBF, no Congresso empossado ontem. O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) recebeu na campanha R$ 100 mil da entidade de Ricardo Teixeira.

Sem venda
João Paulo não manterá decisão da Mesa da Câmara de vender apartamentos funcionais de deputados. Diz não acreditar na economia. Sem os imóveis, cada deputado receberia cerca de R$ 4.000 de auxílio-moradia.

Na vizinhança
Depois de morar 34 anos em apartamento funcional, Sarney não usará a casa da presidência do Senado. Continuará na casa própria, a um quilômetro do imóvel oficial, no Lago Sul.

Intervenção palaciana
O decreto de criação do Conselho de Segurança Alimentar do Fome Zero fixa prazo de 60 dias para a elaboração do regimento interno. O texto deverá ser aprovado por José Dirceu (Casa Civil) e não por José Graziano (Segurança Alimentar).

Quem garante
Senadores dizem que Lula deveria tratar a reforma da Previdência em sintonia fina com o Judiciário. Haveria o risco de o projeto ser aprovado no Congresso e derrubado no STF.

Outra plumagem
Aliados do governo refutam as críticas de que Lula esteja "tucanando", ao aumentar juros e usar o rolo compressor no Congresso. Dizem que o presidente está "cantando doce como o uirapuru", para atrair aliados e garantir sustentação parlamentar.

Fora da carreira
O Ministério Público Federal abriu ação civil pública contra a permanência de 40 advogados em cargos de confiança na Advocacia Geral da União graças a sucessivas medidas provisórias.

TIROTEIO

De Edson Vidigal, vice-presidente do STJ, sobre os gastos previstos do governo Lula com publicidade (R$ 1,6 bilhão):
- O que vão gastar em propaganda corresponde a 16,37% de tudo o que o Judiciário vai dispor neste ano. Ou 48,05% do orçamento anual do Legislativo.

CONTRAPONTO

Nada a esconder

Os deputados federais petistas João Paulo Cunha e Ricardo Berzoini conversavam ontem com outro deputado petista, o Professor Luizinho, na hora do cafezinho, ao lado do plenário da Câmara, durante a votação para a presidência da Casa.
Veio à tona o caso da gravação na reunião fechada do ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, com a bancada do PT.
João Paulo brincou, dizendo que deveriam providenciar um gravador digital, para melhorar a qualidade das gravações.
Berzoini relatou, então, a resposta dada a um jornalista que lhe perguntara se ficaria constrangido de ir à Câmara conversar sobre o episódio:
-Não tem nenhum assunto que eu fale com os companheiros que eu não possa dizer para o público.
Luizinho emendou, sorrindo:
-Ou seja, você vai nos enrolar.


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