São Paulo, terça-feira, 03 de fevereiro de 2004

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PAINEL

Automordaça
Antonio Palocci resolveu se calar. O ministro da Fazenda optou por se recolher para evitar confrontos públicos com José Dirceu (Casa Civil), com quem acumula divergências. Aposta na mediação de Lula e avalia que o combate deve ser interno.

Aposta única
Duda Mendonça acertou com o PT que fará em 2004 apenas a campanha de Marta Suplicy à reeleição em SP. O marqueteiro dará consultoria a outros candidatos petistas em capitais, mas sem se responsabilizar por estratégias ou peças publicitárias.

Rejeição em alta
Duda Mendonça pretendia coordenar o marketing de cinco candidatos prioritários do PT. Mas enfrentou resistências. Petistas mineiros recusaram seu nome. No Rio, Jorge Bittar escolheu Nizan Guanaes.

Exploração política
O governo do Piauí, comandado por Wellington Dias (PT), distribui a vítimas de enchentes camisetas com uma estrela vermelha e uma foto de Francisca Trindade, deputada petista morta em julho de 2003.

Quem ri por último
Em entrevista ao jornal chileno "El Mercurio", FHC tripudiou das viagens internacionais de Lula: "Parecem um exagero. Tanto na quantidade de viagens como na de países visitados".

No cadafalso
O PMDB decidiu não proteger o senador Mário Calixto (RO), ameaçado de cassação. A avaliação é que, quanto antes Calixto cair, menor será o desgaste do partido e de Amir Lando (Previdência), de quem ele é suplente.

Dança dos números
Nelson Pellegrino (PT) nega crise na sua campanha em Salvador. Cita pesquisa encomendada pelo PT, na qual tem 19,8%. Está atrás de João Henrique (PDT), com 25%, e à frente do pefelista Cesar Borges (13%).

Cruzada anti-Lula
Geraldo Alckmin (PSDB) articula ação de governadores, até dos aliados, para derrubar a medida do governo Lula que segura 10% dos repasses da Educação para Estados e municípios para a compra de uniformes.

Adesão de aliado
Alckmin visitou Paulo Hartung (PSB-ES) no Hospital Sírio Libanês, onde o governador se recupera da extração de um rim. Obteve seu apoio na campanha contra a retenção do dinheiro.

Amigos, mas não demais
O prefeito de São Carlos, Newton Lima (PT), apóia Alckmin na cruzada contra a retenção dos 10%, mas cobra do governador dinheiro do transporte rural de alunos. Diz que o Estado deve R$ 600 mil de repasses não feitos entre setembro e dezembro.

Melhor prevenir...
PT e PMDB adiaram declaração conjunta que fariam hoje por divergências entre José Genoino, que queria colocar no papel o comprometimento com a aliança nas eleições municipais, e a direção peemedebista, que prefere versão mais cautelosa.

Xerife contra xerife
A federação dos delegados da PF enviou carta a José Dirceu em que aponta "revanchismo político" do governo contra seus associados e ameaça de "quebra de hierarquia, caos administrativo e revolta" na categoria.

Razões do embate
O governo abriu mesa de negociação salarial e de reestruturação da PF sem a participação de representante dos delegados.

Bênção de Roma
Nilmário Miranda (Direitos Humanos) ouviu ontem do Vaticano elogios ao Estatuto do Desarmamento, em especial ao plebiscito sobre a venda de armas, agendado para 2005.
Visita à Folha
O senador Jefferson Péres (PDT-AM) visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço.

TIROTEIO

Do presidente do PT-SP, Ítalo Cardoso, sobre críticas tucanas à aliança Marta-Quércia:
-Em vez de atacar, deveriam se preocupar mais em achar um candidato do seu partido para disputar a Prefeitura de SP.

CONTRAPONTO

O SNI e o perigo do frade

Na agonia de Tancredo Neves (1910-1985), Frei Betto, hoje assessor especial da Presidência, foi incumbido por d. Paulo Evaristo Arns de visitar a família do presidente diariamente.
A mulher de Tancredo, Risoleta Neves (1917-2003), afirmava que ele se sentia melhor depois de rezar. Frei Betto todas as tardes ia ao hospital orar, como o próprio lembra a Fernando Morais no livro "Cem Quilos de Ouro", recém-lançado.
Na fase de transição do regime militar para o primeiro governo civil, ainda era grande o poder do antigo SNI (Serviço Nacional de Informações), que queria afastar Frei Betto do hospital.
Em uma das visitas do frade, Risoleta driblou as pressões do Exército diplomaticamente:
-Frei Betto, esse coronel, que é do SNI, disse que o sr. é muito perigoso. Expliquei ao coronel que ele eu conheço há cinco meses. Já você conheço há 39 anos!


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