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Governo fará devassa
em fazendas de Minas
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo vai fazer uma devassa em todas as propriedades rurais de Unaí e Paracatu (MG), região onde foram executados na
semana passada os três auditores
fiscais do Trabalho e o motorista
que os acompanhava. A operação
será realizada pelos ministérios
do Trabalho, da Previdência e da
Fazenda, mas ainda não tem data.
Os quatro servidores foram assassinados quando trabalhavam
na fiscalização das fazendas da região, que nesta época do ano contratam trabalhadores para fazer a
colheita de feijão.
A criação da força-tarefa atende
a um pedido da comissão externa
da Câmara dos Deputados que
participa da apuração do caso.
"Será uma ação planejada e não
tem nenhum sentido de retaliação. O que queremos é deixar claro que esse episódio lamentável
não intimidará a fiscalização do
Estado", afirmou ontem o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, depois de reunião com a comissão de deputados.
"Todas as fazendas serão fiscalizadas do ponto de vista das legislações do Trabalho, previdenciária e tributária", disse o deputado
e presidente da comissão,Luiz
Eduardo Greenhalgh (PT-SP).
O deputado Sérgio Miranda (PC
do B-MG) disse que não se trata
de uma devassa, mas de uma fiscalização integrada. "Os fazendeiros comemoraram quando souberam da morte dos fiscais e agora tentam manchar o nome de um
deles", disse Miranda.
Geralmente, a fiscalização nas
fazendas é feita por amostragem
ou nas propriedades que foram
alvo de denúncia. A devassa, no
entanto, será feita em todas as fazendas. "Como já houve o problema na região, há possibilidade de
haver escolta para garantir mais
segurança", afirmou Berzoini.
Projeto
O ministro disse que este é um
momento oportuno para reabrir
a discussão no Congresso sobre a
proposta de emenda constitucional que autoriza a desapropriação
de terras onde foi verificada a
existência de trabalho escravo.
As terras serão destinadas à reforma agrária, segundo a proposta. A matéria já foi aprovada no
Senado e agora está tramitando
na Câmara. O presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP),
afirmou ontem que pretende agilizar a tramitação da proposta.
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