DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Anderson Adauto (Transportes) irá se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para conversar sobre sua candidatura à Prefeitura de Uberaba (MG). Ontem, ao participar de um seminário sobre técnicas para recuperação de rodovias, Adauto manteve o tom de "balanço" em suas declarações dizendo ter feito tudo "que estava ao seu alcance".
Caso decida ser candidato a prefeito, Adauto terá que deixar a pasta em abril, para cumprir o prazo da legislação eleitoral.
Segundo o ministro, Lula já quis saber se ele seria candidato, mas não houve tempo de conversar sobre o tema antes de o presidente ir à Índia e à Suíça. Adauto não tem uma data para a reunião.
O ministro não quis adiantar se decidirá pela candidatura. "Nós levamos muito em conta a lei eleitoral", disse, se referindo ao prazo para deixar o cargo. "Tenho obrigação de conversar primeiro com meu comandante [Lula]."
Lula fez sua primeira reforma ministerial no dia 23. Nomeou seis novos ministros e remanejou três ministros para novas posições. Além de integrar o PMDB ao governo em troca de apoio no Congresso, a reforma de Lula também tenta melhorar o desempenho gerencial da governo.
Anderson Adauto manteve o tom de "balanço" em seu discurso da mesma forma que fazia em dezembro, quando a pressão e as notícias sobre sua saída do ministério eram mais fortes. "Vim para Brasília para ser deputado federal. Fui convidado, foi uma honra para mim, procurei aprender, procurei fazer o melhor. Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance, com o sentimento sempre claro de que o ministério pertence ao presidente Lula", disse.
Questionado sobre se estava surpreendido pelo fato de os jornais darem como certo a sua saída da pasta e ele ter permanecido, Adauto disse: "Davam como certo e se equivocaram. Podem estar errados novamente".
As avaliações de que o ministro sairia vinham também de seu próprio partido, o PL.
(HUMBERTO MEDINA)


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