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ELEIÇÃO 2004
Partido diz que espera definição de tucanos sobre sucessão de Marta até março e ameaça lançar Pinotti ou Tuma
PFL dá prazo a PSDB e quer Serra candidato
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O PFL deu um prazo aos tucanos paulistas para que apresentem logo após o Carnaval -no final deste mês- seu pré-candidato a prefeito de São Paulo.
Os pefelistas também fazem
pressão nos bastidores para que o
indicado seja o ex-senador José
Serra, presidente do PSDB, ou um
secretário de Estado do governador paulista, Geraldo Alckmin.
Caso contrário, caciques do PFL
ameaçam desistir da aliança no
primeiro turno com os tucanos
paulistas e lançar um candidato
próprio à sucessão da prefeita
Marta Suplicy (PT): o deputado
federal José Aristodemo Pinotti
ou o senador Romeu Tuma.
"Nosso parceiro natural é o
PSDB, mas, a medida que os tucanos não definem seu caminho,
nossa candidatura própria vai se
consolidando", disse o deputado
federal Gilberto Kassab, um dos
articuladores do PFL paulistano.
Sem a aliança, tucanos e pefelistas perderiam importante tempo
no horário eleitoral gratuito de rádio e TV, já que os dois partidos
possuem representatividade semelhante na Câmara dos Deputados. Além disso, ficariam praticamente isolados na disputa deste
ano. A situação das duas siglas, as
principais na oposição aos governos do PT, se agravaria ainda
mais com a provável confirmação
da aliança PT-PMDB na capital.
Diante da ameaça, o PSDB paulistano se apressa para aparar
arestas internas e tentar cumprir
o prazo. "A aliança com o PFL para nós é prioritária, fundamental.
Estamos em processo de negociação", disse o presidente do Diretório Municipal do PSDB, deputado estadual Edson Aparecido.
Serra e César Maia
O governador já foi avisado do
prazo do PFL. Tem mantido tratativas sobre o assunto com seu
vice, Cláudio Lembo, do PFL, e os
demais caciques tucanos, entre
eles o próprio José Serra.
O ex-senador, segundo colocado na eleição presidencial de
2002, tem dito nos bastidores que
não pretende disputar o comando
da capital, mas, segundo a Folha
apurou entre seus interlocutores,
começa a analisar a hipótese de
reconsiderar sua decisão.
Com Serra na disputa, PSDB e
PFL podem fechar um acordo interestadual, que envolveria as eleições nas capitais de São Paulo e do
Rio de Janeiro.
O PFL ficaria com José Serra já
no primeiro turno em São Paulo.
Em troca, os tucanos fechariam
com o partido do prefeito do Rio
de Janeiro, César Maia, apoiando
sua reeleição.
Cinco tucanos postulam a indicação como pré-candidato em
São Paulo: os secretários Saulo de
Castro Abreu Filho (Segurança
Pública) e Gabriel Chalita (Educação), o ex-deputado federal José
Aníbal, que já foi presidente do
partido, e os deputados federais
Walter Feldman e Zulaiê Cobra
Ribeiro. Deles, o primeiro tem hoje a preferência do PFL.
Efeito Roseana
Tucanos ouvidos pela Folha dizem considerar que a estratégia
do PFL em São Paulo se assemelha à adotada pelo partido no início de 2002, quando a pré-candidatura da senadora Roseana Sarney, à época governadora do Maranhão, começou a ser promovida nacionalmente pela sigla.
A intenção inicial do partido comandado pelo senador Jorge Bornhausen era "inflar" o nome de
Roseana a fim de aumentar seu
poder de negociação com o
PSDB, do então presidente Fernando Henrique Cardoso e de
Serra, que estava à frente do Ministério da Saúde.
Mas, diante do crescimento de
Roseana nas pesquisas, o partido
passou a trabalhar seriamente
com a possibilidade de concorrer
com candidatura própria.
Roseana só desistiu da eleição
após uma operação de busca e
apreensão realizada pela Polícia
Federal na sede de sua empresa, a
Lunus, quando R$ 1,34 milhão foi
apreendido.
Para os caciques do PSDB, a tática pode levar até a uma divisão
dentro do governo do Estado.
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