São Paulo, quarta, 3 de fevereiro de 1999

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PERSONALIDADE
Presidente da Funai morreu ao 36 anos em acidente aéreo anteontem em GO
Calheiros investigará morte de Sulivan

e da Agência Folha

O ministro da Justiça, Renan Calheiros, irá acompanhar pessoalmente as investigações sobre o acidente com o avião Sêneca PT-EQZ que caiu anteontem à noite em Goiânia matando o presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Sulivan Silvestre, 36.
O relatório preliminar do Ministério da Aeronáutica sobre o acidente deve ser concluído em dez dias. A assessoria do ministério informou que o avião bimotor, fabricado em 1979, estava com suas revisões periódicas em dia e o piloto era habilitado para viajar à noite.
"Não quero fazer avaliações precipitadas, mas irei acompanhar pessoalmente as investigações sobre o acidente para adotar as medidas que forem necessárias", disse Calheiros, após acompanhar em Goiânia o enterro de Sulivan.
O avião pertencia à empresa Aero Base Táxi Aéreo, também conhecida como Uta-base. Saiu às 20h50 de Brasília e pegou fogo antes de cair, por volta das 21h30, em uma casa na periferia de Goiânia, a cerca de 3 km do aeroporto.
No acidente, também morreram carbonizados o piloto Aguimar Domingos Rosa e os funcionários da Funai Luciano Ribeiro Neves e Adão Fernandes Sobrinho. Ninguém saiu ferido na casa atingida.
O presidente Fernando Henrique Cardoso divulgou nota oficial lamentando a morte dos três funcionários da Funai. "O Brasil perdeu três leais servidores da causa pública", diz a nota.
Silvestre foi enterrado à tarde no cemitério Jardim das Palmeiras. Na cerimônia, cerca de 220 índios das tribos pancararu e funiô formaram uma grande roda e realizaram um "toré", dança que na cultura indígena serve para homenagear os "irmãos" mortos.
Outros representantes indígenas do Brasil, que não foram ao enterro, lamentaram a morte de Silvestre. "Ele conseguiu que todas as áreas do Amapá fossem demarcadas", disse o secretário da Associação dos Povos Indígenas do Oiapoque, Pedro Vidal Galibi.
O presidente da Coiam (Coordenação dos Povos Indígenas da Amazônia), Euclides Pereira Macuxi, diz que a experiência como promotor de Justiça ajudou Silvestre a acelerar demarcações em várias áreas da Amazônia Legal.



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