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PERSONALIDADE
Presidente da Funai morreu ao 36 anos em acidente aéreo anteontem em GO
Calheiros investigará morte de Sulivan
e da Agência Folha
O ministro da Justiça, Renan Calheiros, irá acompanhar pessoalmente as investigações sobre o acidente com o avião Sêneca PT-EQZ
que caiu anteontem à noite em
Goiânia matando o presidente da
Funai (Fundação Nacional do Índio), Sulivan Silvestre, 36.
O relatório preliminar do Ministério da Aeronáutica sobre o acidente deve ser concluído em dez
dias. A assessoria do ministério informou que o avião bimotor, fabricado em 1979, estava com suas revisões periódicas em dia e o piloto
era habilitado para viajar à noite.
"Não quero fazer avaliações precipitadas, mas irei acompanhar
pessoalmente as investigações sobre o acidente para adotar as medidas que forem necessárias", disse
Calheiros, após acompanhar em
Goiânia o enterro de Sulivan.
O avião pertencia à empresa Aero Base Táxi Aéreo, também conhecida como Uta-base. Saiu às
20h50 de Brasília e pegou fogo antes de cair, por volta das 21h30, em
uma casa na periferia de Goiânia, a
cerca de 3 km do aeroporto.
No acidente, também morreram
carbonizados o piloto Aguimar
Domingos Rosa e os funcionários
da Funai Luciano Ribeiro Neves e
Adão Fernandes Sobrinho. Ninguém saiu ferido na casa atingida.
O presidente Fernando Henrique Cardoso divulgou nota oficial
lamentando a morte dos três funcionários da Funai. "O Brasil perdeu três leais servidores da causa
pública", diz a nota.
Silvestre foi enterrado à tarde no
cemitério Jardim das Palmeiras.
Na cerimônia, cerca de 220 índios
das tribos pancararu e funiô formaram uma grande roda e realizaram um "toré", dança que na cultura indígena serve para homenagear os "irmãos" mortos.
Outros representantes indígenas
do Brasil, que não foram ao enterro, lamentaram a morte de Silvestre. "Ele conseguiu que todas as
áreas do Amapá fossem demarcadas", disse o secretário da Associação dos Povos Indígenas do Oiapoque, Pedro Vidal Galibi.
O presidente da Coiam (Coordenação dos Povos Indígenas da
Amazônia), Euclides Pereira Macuxi, diz que a experiência como
promotor de Justiça ajudou Silvestre a acelerar demarcações em várias áreas da Amazônia Legal.
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