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Cúpula do PFL evita tomar decisão "precipitada"
VALDO CRUZ
DIRETOR-EXECUTIVO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
ANDREA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar da pressão da governadora Roseana Sarney (MA) e de
alas do partido, a cúpula do PFL
ainda não fala em rompimento
definitivo com o governo Fernando Henrique Cardoso. A ordem é
aguardar alguns dias para evitar a
tomada de decisões precipitadas.
Ontem, dos quatro ministros do
partido no governo -Roberto
Brant (Previdência), José Jorge
(Minas e Energia), Carlos Melles
(Esporte e Turismo) e Sarney Filho (Meio Ambiente)-, os dois
primeiros deram declarações de
apoio a Roseana, mas disseram
que é preciso esperar a reunião da
executiva do PFL na quinta-feira.
O último, irmão da governadora, não quis dar declarações. Mas
amigos comentavam que ele está
decidido a deixar o ministério já
amanhã em solidariedade à irmã.
Zequinha Sarney passou a noite
de anteontem e a manhã de ontem reunido com o pai e pefelistas
no Lago Sul, em Brasília.
O presidente do PFL, Jorge Bornhausen, divulgou nota em que
manifesta apoio à pré-candidata
do partido à Presidência, mas não
fala em rompimento com o governo. O texto diz que a ação da
Polícia Federal foi "absurda, com
evidente intuito político de prejudicar a imagem" de Roseana.
Na segunda, as agendas de Bornhausen e Roseana se cruzam em
Belo Horizonte, onde devem conversar pessoalmente sobre o caso.
Assessores de Bornhausen disseram que ele queria evitar dar
declarações públicas sobre a defesa de rompimento com o governo
porque, como presidente do PFL,
precisava antes ouvir todas as alas
pefelistas. O momento também
seria de aguardar posicionamento do presidente Fernando Henrique Cardoso sobre o episódio.
Na sexta-feira, em conversa por
telefone com Bornhausen, FHC se
comprometeu a apurar as circunstâncias a operação policial.
A reunião da executiva do PFL
já estava marcada para quinta-feira. O partido pode antecipá-la,
mas a idéia era não mudar a data
para evitar uma reação radical.
"Vamos reagir juridicamente e
politicamente para resguardar a
honra da nossa candidata. Vamos
discutir o assunto na reunião da
executiva", disse Roberto Brant.
"Menos o presidente"
O ministro da Previdência evitou falar em rompimento com o
governo, mas afirmou que a reação do partido será coletiva e decidida no encontro da executiva.
Segundo ele, o PFL "desconfia de
todo mundo, menos do presidente Fernando Henrique Cardoso".
Em sua opinião, a operação foi
política e uma mostra do "desespero" daqueles que desejam barrar a candidatura de Roseana.
José Jorge disse ontem que não
pretende deixar o cargo. "Pretendo ficar até o final do governo",
disse. Visivelmente aborrecido, o
ministro das Minas e Energia afirmou que não comentaria o episódio porque o assunto seria resolvido pela cúpula do partido.
Colaborou RENATA GIRALDI, da
Sucursal de Brasília
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