São Paulo, quarta-feira, 03 de março de 2004

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Especialista vê fim de lua-de-mel

DA REDAÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

O fato de a pesquisa Datafolha ter mostrado que subiu de 21% para 36%, em um ano, o número de entrevistados que acham que o presidente Lula trabalha pouco é um indício de que os problemas que o governo enfrenta começam a refletir na imagem do presidente. Essa é a opinião do professor Ricardo Antunes, titular do Departamento de Sociologia da Unicamp. Ao mesmo tempo, caiu de 70% para 55% o número dos que acham que Lula trabalha muito. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
"Um ano de desgaste, com desemprego, com aumento do trabalho informal e agora esse escândalo [Waldomiro], interferem nos números. Passou a fase da lua-de-mel", afirma.
Em termos gerais, Lula é bem avaliado por 60% dos entrevistados, como em outubro de 2003. Para Antunes, o resultado é fruto de marketing. "Há uma política [de marketing] tão nefasta quanto qualificada. Ele [Lula] tem uma fala entre o popular e o popularesco, metáforas, coloquialismo. Isso atinge uma camada da população que dá tempo para o governo. Mas esse tempo está se esvaindo."
Para o professor Fábio Wanderlei Reis, da UFMG, o eleitorado é alienado, desatento e não consegue fazer uma avaliação isolada de alguns quesitos, como o que questiona se o presidente trabalha muito ou pouco. "O eleitorado responde a questões específicas de maneira pouco consistente."


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