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Especialista vê fim de lua-de-mel
DA REDAÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
O fato de a pesquisa Datafolha
ter mostrado que subiu de 21%
para 36%, em um ano, o número
de entrevistados que acham que o
presidente Lula trabalha pouco é
um indício de que os problemas
que o governo enfrenta começam
a refletir na imagem do presidente. Essa é a opinião do professor
Ricardo Antunes, titular do Departamento de Sociologia da Unicamp. Ao mesmo tempo, caiu de
70% para 55% o número dos que
acham que Lula trabalha muito. A
margem de erro é de dois pontos
para mais ou para menos.
"Um ano de desgaste, com desemprego, com aumento do trabalho informal e agora esse escândalo [Waldomiro], interferem
nos números. Passou a fase da
lua-de-mel", afirma.
Em termos gerais, Lula é bem
avaliado por 60% dos entrevistados, como em outubro de 2003.
Para Antunes, o resultado é fruto
de marketing. "Há uma política
[de marketing] tão nefasta quanto qualificada. Ele [Lula] tem uma
fala entre o popular e o popularesco, metáforas, coloquialismo. Isso
atinge uma camada da população
que dá tempo para o governo.
Mas esse tempo está se esvaindo."
Para o professor Fábio Wanderlei Reis, da UFMG, o eleitorado é
alienado, desatento e não consegue fazer uma avaliação isolada
de alguns quesitos, como o que
questiona se o presidente trabalha
muito ou pouco. "O eleitorado
responde a questões específicas
de maneira pouco consistente."
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