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Base de governo tenta minimizar quadro negativo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Líderes dos partidos aliados
ao governo ouvidos pela Folha
afirmaram que os resultados
apontados ontem na pesquisa
Datafolha sobre o caso Waldomiro Diniz refletem "o calor
dos acontecimentos" e tendem
a se alterar na medida em que
surgirem resultados nas investigações da Polícia Federal e do
Ministério Público.
Já a oposição afirmou que a
pesquisa revela que o governo
vem perdendo apoio na sociedade e que é clara para a população uma contradição do PT, a
de ter defendido diversas CPIs
quando estava na oposição e a
operação abafa que patrocina
hoje, quando está no governo.
O Datafolha mostrou que a
maioria dos eleitores brasileiros ouvidos, 67%, acha que o
ministro José Dirceu (Casa Civil) deve deixar o cargo devido
ao escândalo. Sobre a CPI para
investigar o caso, 81% dos entrevistados são favoráveis. A
popularidade do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva manteve-se inalterada em 60%,
apesar de a aprovação de seu
governo ter caído para 38%.
"Esses resultados chegam no
calor dos acontecimentos, é
previsível que a população
queira a investigação. Nós também queremos", disse o deputado Arlindo Chinaglia (SP), líder do PT na Câmara. Segundo
ele, os resultados das investigações da Polícia Federal e do Ministério Público aliados à aprovação da medida provisória
que proíbe os bingos mostrarão à população "que o governo está investigando e não há
protegidos".
"Não há nada que vincule o
ministro com as denúncias. O
assunto se mantém na mídia
sem que haja fato novo. Com
essa campanha, é claro que a
pesquisa vai refletir isso", minimizou o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL).
Do lado da oposição, os números do Datafolha foram usados como argumento de que o
governo estaria na contramão
da vontade popular. "A população não está satisfeita com as
respostas dadas até agora. A
agenda positiva do povo é ver o
caso Waldomiro investigado",
afirmou o líder da bancada do
PFL, José Carlos Aleluia (BA).
"A pesquisa confirmou aquilo que imaginávamos, o PT botou o pé na lama", disse Pauderney Avelino (PFL-AM).
O líder do PSDB no senado,
Arthur Virgílio (AM), disse que
o ministro José Dirceu poderia
ter evitado esse "constrangimento" se tivesse se afastado
temporariamente quando as
denúncias vieram à tona. "Se
ele tivesse adotado a saída
[Henrique] Hargreaves, teria
sido poupado desse constrangimento", disse ele, em referência ao ex-ministro da Casa Civil
do presidente Itamar Franco
(1992-1994).
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