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Relator da MP dos bingos se diz contra o jogo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Embora líderes da base aliada
admitam reservadamente que o
governo terá que ceder na tramitação da medida provisória que
proíbe os bingos e os jogos eletrônicos, o deputado escolhido ontem para relatar a MP, Roberto
Magalhães (PTB-PE), afirmou ser
contra o jogo e disse que não aceitaria a tarefa caso houvesse possibilidade de regulamentação ou
estatização dos bingos.
"Quando o líder [do PTB de
Pernambuco, José Múcio] me falou, eu disse o seguinte: "Eu relato.
Agora, minha posição é no sentido da aprovação. Se for para estatizar, para regulamentar, eu não
aceito'", afirmou o Magalhães, 70,
que é advogado.
A MP foi editada pelo governo
antes do Carnaval em resposta ao
escândalo Waldomiro Diniz, ex-assessor de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, que foi gravado
em 2002 pedindo doação de campanha e propina a um empresário
do ramo de bingo.
A relatoria tendia a ficar com o
PT, mas prevaleceu a avaliação de
que possíveis concessões durante
a tramitação seriam usadas pela
oposição para dizer que o partido
beneficiou os bingos.
O nome de Magalhães foi debatido durante encontro entre as lideranças dos partidos governistas
e o ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política). Ele foi governador de Pernambuco, prefeito de
Recife e relator da CPI dos Anões
do Orçamento (1993), que investigou desvio de recursos públicos.
O petebista repetiu o principal
argumento usado pelos parlamentares contrários à atividade,
de que casas de bingos seriam
usadas para lavagem de dinheiro.
Brasília deve ser palco hoje de
nova rodada de manifestações
contra a proibição dos bingos.
Depois de ser votada na Câmara,
a MP segue para o Senado.
(RANIER BRAGON)
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