São Paulo, quarta-feira, 03 de março de 2004

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Relator da MP dos bingos se diz contra o jogo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Embora líderes da base aliada admitam reservadamente que o governo terá que ceder na tramitação da medida provisória que proíbe os bingos e os jogos eletrônicos, o deputado escolhido ontem para relatar a MP, Roberto Magalhães (PTB-PE), afirmou ser contra o jogo e disse que não aceitaria a tarefa caso houvesse possibilidade de regulamentação ou estatização dos bingos.
"Quando o líder [do PTB de Pernambuco, José Múcio] me falou, eu disse o seguinte: "Eu relato. Agora, minha posição é no sentido da aprovação. Se for para estatizar, para regulamentar, eu não aceito'", afirmou o Magalhães, 70, que é advogado.
A MP foi editada pelo governo antes do Carnaval em resposta ao escândalo Waldomiro Diniz, ex-assessor de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, que foi gravado em 2002 pedindo doação de campanha e propina a um empresário do ramo de bingo.
A relatoria tendia a ficar com o PT, mas prevaleceu a avaliação de que possíveis concessões durante a tramitação seriam usadas pela oposição para dizer que o partido beneficiou os bingos.
O nome de Magalhães foi debatido durante encontro entre as lideranças dos partidos governistas e o ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política). Ele foi governador de Pernambuco, prefeito de Recife e relator da CPI dos Anões do Orçamento (1993), que investigou desvio de recursos públicos.
O petebista repetiu o principal argumento usado pelos parlamentares contrários à atividade, de que casas de bingos seriam usadas para lavagem de dinheiro.
Brasília deve ser palco hoje de nova rodada de manifestações contra a proibição dos bingos. Depois de ser votada na Câmara, a MP segue para o Senado.
(RANIER BRAGON)


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