São Paulo, quinta-feira, 03 de março de 2005

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Deputado é vaiado por sindicalistas e cria tumulto em sessão histórica

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), recebeu ontem suas primeiras vaias desde que assumiu o cargo, há 16 dias, por conta da proposta de aumento de salários para parlamentares.
Foi na chegada do evento de entrega do projeto de reforma sindical, em um auditório lotado da Câmara dos Deputados. Ao ser anunciado pelo locutor oficial e surgir no palco, Severino foi vaiado pela platéia de aproximadamente 500 pessoas, formada por sindicalistas da CUT, Força Sindical e SDS.
"Severino, quero 67% de aumento pra mim também", gritavam alguns. "Severino, me dá aumento", berravam outros.
O presidente apenas sorriu. Em seu discurso, respondeu às vaias de maneira bem-humorada. Tentou relacioná-las ao fato de ter chegado mais de uma hora atrasado para o evento.

Tumulto na sessão
Em sua primeira sessão com votação importante, Severino causou um pequeno tumulto no plenário ao desconsiderar um acordo de líderes para encerrar a etapa de discussão sobre a Lei de Biossegurança e iniciar a votação.
Os líderes protestaram imediatamente e os deputados começaram a discutir. Desde a Mesa, o presidente, com o privilégio do microfone, pedia ordem e ameaçava a suspensão da sessão.
A abertura da discussão significaria um provável adiamento da votação da Lei de Biossegurança até hoje, devido à polêmica em torno da pesquisa com células-tronco embrionárias.
Isso acarretou num atraso de cerca de 45 minutos. Em seguida e antes da votação, Severino deixou a Mesa e foi ao seu gabinete para audiências com deputados do baixo clero. Depois disso, a votação foi ágil e o texto básico do projeto foi aprovado.


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