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Deputado é vaiado por sindicalistas
e cria tumulto em sessão histórica
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), recebeu
ontem suas primeiras vaias desde
que assumiu o cargo, há 16 dias,
por conta da proposta de aumento de salários para parlamentares.
Foi na chegada do evento de entrega do projeto de reforma sindical, em um auditório lotado da
Câmara dos Deputados. Ao ser
anunciado pelo locutor oficial e
surgir no palco, Severino foi vaiado pela platéia de aproximadamente 500 pessoas, formada por
sindicalistas da CUT, Força Sindical e SDS.
"Severino, quero 67% de aumento pra mim também", gritavam alguns. "Severino, me dá aumento", berravam outros.
O presidente apenas sorriu. Em
seu discurso, respondeu às vaias
de maneira bem-humorada. Tentou relacioná-las ao fato de ter
chegado mais de uma hora atrasado para o evento.
Tumulto na sessão
Em sua primeira sessão com votação importante, Severino causou um pequeno tumulto no plenário ao desconsiderar um acordo de líderes para encerrar a etapa
de discussão sobre a Lei de Biossegurança e iniciar a votação.
Os líderes protestaram imediatamente e os deputados começaram a discutir. Desde a Mesa, o
presidente, com o privilégio do
microfone, pedia ordem e ameaçava a suspensão da sessão.
A abertura da discussão significaria um provável adiamento da
votação da Lei de Biossegurança
até hoje, devido à polêmica em
torno da pesquisa com células-tronco embrionárias.
Isso acarretou num atraso de
cerca de 45 minutos. Em seguida e
antes da votação, Severino deixou
a Mesa e foi ao seu gabinete para
audiências com deputados do
baixo clero. Depois disso, a votação foi ágil e o texto básico do projeto foi aprovado.
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