São Paulo, quinta-feira, 03 de março de 2005

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Severino e Dirceu vão negociar pasta do partido

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, deve tomar uma decisão apenas na semana que vem sobre o processo por crime de responsabilidade contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O pedido de processo foi movido pelo PSDB.
Os tucanos argumentam que Lula cometeu uma infração ao ter revelado conhecer um caso de "corrupção" no governo anterior, mas não ter tomado providências. Segundo a Folha apurou, a tendência de Severino é arquivar o processo. Mas antes deseja impor um certo desgaste ao Planalto, com o pedido de processo em aberto.
Enquanto isso, o PP, partido de Severino, vai negociar cargos na reforma de Lula. O PP pleiteia pelo menos uma vaga na Esplanada dos Ministérios.
O cargo que o PP vai receber será negociado por Severino com o ministro José Dirceu (Casa Civil). Como Dirceu está nos EUA, a decisão ficou para a sua volta. Ele e Severino devem-se encontrar na sexta-feira. Só depois o processo contra Lula deverá ser enviado para arquivo. Ontem, Severino negou que seu partido pretenda aproveitar a eleição na Câmara e o processo por crime de responsabilidade contra Lula para barganhar ministérios.
Pela manhã, Cavalcanti havia afirmado que decidiria ainda ontem sobre o pedido de abertura de processo de impeachment de Lula. Até o início da noite, não havia cumprido a promessa. Acrescentou que não pretende ouvir o presidente da República antes.
Disse que conduzirá a questão conforme as regras do regimento interno da Câmara e que não aceitará pressão. Ontem, seria concluído o parecer técnico da assessoria da Câmara que embasará regimentalmente a decisão.
Saiu em defesa de seu partido, dizendo que a sigla tem sido fiel ao Planalto e tem "elenco de homens extraordinários" para compor o ministério.
No Senado, o procurador-geral da República, Claudio Fonteles, disse que vai analisar as representações contra o presidente que estão na Procuradoria na semana que vem. "A gente não pode pegar só uma frase isolada, e sim o contexto". (SILVANA DE FREITAS, FÁBIO ZANINI E RANIER BRAGON)

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