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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Septicemia
A candidatura de Nelson Jobim à presidência do
PMDB termina a semana em estado grave. Além de
Eunício Oliveira, que controla a maioria dos votos do
Ceará, cerraram fileiras com Michel Temer (SP) os
governadores André Pucinelli (MS) e Luiz Henrique
(SC), os ex-senadores Amir Lando (RO) e Maguito Vilela (GO) e até mesmo aliados de José Sarney, como os
deputados Gastão Vieira e Pedro Novaes.
Dos dez maiores colégios eleitorais do partido, Temer só não tem a maioria no Paraná, no Pará e no Rio
Grande do Sul, segundo ambos os lados. Aliados do
ex-presidente do STF já admitem a possibilidade de
acordo, a partir de um "apelo" de governadores como
Sérgio Cabral -que deverá fazer a proposta na terça,
quando estará em Brasília para reunião com Lula.
Saia justa. Os senadores
peemedebistas se sentem
constrangidos de abandonar
Jobim, patrocinado pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (AL). Garibaldi Alves
(RN) e Joaquim Roriz (DF)
ainda se declaram no time do
ex-ministro do STF, mas seus
aliados estão com Temer.
Pílula. Diante de cálculos
dos aliados de Jobim de que
teriam Estados totalmente fechados a seu favor, o ex-presidente dos Correios João Henrique, aliado de Temer, brinca: "Fechado, sem nenhum
voto contra? No PMDB? Deve
ser milagre de Frei Galvão".
Cortejada. Uma das maiores disputas no PMDB é pelo
apoio da deputada Íris de
Araújo (GO). Inscrita como
vice na chapa de Temer, recebe acenos diários do grupo
pró-Jobim. Valdir Raupp
(RO) chegou a ir a Goiânia
tentar convencer o prefeito
Íris Rezende a fazer sua mulher mudar de lado.
Tiro no pé 1. Os petistas
mais próximos a Marta Suplicy estão subindo pelas paredes com o suposto aliado
Cândido Vaccarezza (SP), que
se deixou flagrar jantando
com Paulo Maluf e tecendo
considerações sobre uma possível aliança para a eleição
paulistana de 2008.
Tiro no pé 2. Os martistas consideraram o incidente
tão desastrado que passaram
a se perguntar se o deputado
está trabalhando a favor ou
contra a ida da ex-prefeita para o ministério de Lula.
Dedo no olho. Esquentou o confronto entre Nilcéa
Freire (Políticas para as Mulheres) e Luci Choinacki (PT-SC). Partidários da petista,
que está de olho no cargo, fizeram chegar a Lula a versão
de que a ministra só estaria
lutando para permanecer na
Esplanada por ter perdido
disputa por uma vaga na Funuap, entidade ligada à ONU.
Na bagagem. O governo
federal anunciou a liberação
de R$ 300 mi para o trecho sul
do Rodoanel na visita que José Serra fez quarta-feira a
Brasília. Segundo o Ministério dos Transportes, o investimento até 2010 será de R$ 1,2
bi na obra viária do ABC paulista e deverá constar no PAC.
CEP errado. Do senador
Aloizio Mercadante (PT-SP)
sobre o bate-boca entre os tucanos Arthur Virgílio (AM) e
Jutahy Júnior (BA) em torno
da política monetária do governo: "O Arthur gosta tanto
de mim que cometeu um ato
falho: o professor de Economia do Jutahy, o José Serra, é
que estudou na Cepal".
Pois é. O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), evita tomar partido na polêmica
idéia de trocar a frota do Senado, mas reclama do seu Marea, que já passou dos 100 mil
km rodados. "A verdade é que
o motor do meu carro quase
fundiu ontem", diz ele.
Braço verde. Marco Maciel (PFL-PE) entra no debate
sobre aquecimento global para sugerir a criação, pela ONU,
de uma Agência Internacional para o Meio Ambiente. "Se
temos Unesco, FAO, OMS,
OIT e OMC, por que não uma
agência, de igual porte, para
tratar dessa questão?", pergunta o senador.
Tiroteio
"Mais adiante os senadores irão dizer que a nova
frota de carros precisará ser substituída por
veículos "socialmente responsáveis"".
De CLAUDIO WEBER ABRAMO, diretor-executivo da Transparência
Brasil, sobre a renovação da frota do Senado sob a alegação de que a
Casa passará a utilizar veículos movidos a combustíveis "limpos".
Contraponto
Questão de hábito
Durante a votação do Orçamento paulista para 2007,
quarta-feira à noite na Assembléia, os governistas se articularam para derrubar uma emenda do PT contrária ao
interesse do Palácio dos Bandeirantes.
Na hora "h", porém, Adilson Barroso, do nanico PSC,
disse "sim" à proposta petista ao ser consultado em votação nominal. Apesar de vitoriosos, os deputados da base
do tucano José Serra quiseram saber o que acontecera.
-Estou tão acostumado a dizer "sim" para todos os
projetos do governo que acabei me atrapalhando na hora
de votar-, explicou Barroso com candura.
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