São Paulo, terça, 3 de março de 1998

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SUCESSÃO
No Estado de Requião, grupo pró-FHC começa sua nova estratégia
Governistas reconquistam diretório do PMDB no PR

Alan Marques/Folha Imagem
O deputado Marcos Vicente (PSDB-ES), ontem, às 15h30, durante a reabertura dos trabalhos da Câmara. Compareceram 42 parlamentares, 9 a menos que o necessário para abertura de sessão


FERNANDO RODRIGUES
da Sucursal de Brasília


Os governistas do PMDB reconquistaram uma posição importante na disputa que antecede a Convenção Nacional do próximo domingo: reassumiu ontem a presidência do Diretório Estadual do Paraná Mário Pereira, que é contra uma candidatura própria do partido à Presidência.
"Logo que reassumi, hoje (ontem) às 9h, já deixei claro: minha posição é claramente a favor de que o partido se coligue com Fernando Henrique Cardoso (PSDB)", disse Pereira.
A convenção de domingo vai decidir se o partido terá candidato próprio ou não. Votam delegados peemedebistas de todos os Estados. Pereira, ao reassumir o cargo de presidente do PMDB do Paraná, passa a ser um dos delegados.
Afastado do cargo por vontade própria desde junho do ano passado, Mário Pereira afirma que decidiu retornar ao cargo "porque vários deputados estaduais e federais pediram".
Além disso, Pereira foi assediado pelo ministro dos Transportes, Eliseu Padilha (PMDB-RS). Padilha é o principal coordenador da ala governista do partido.
O Paraná era dado como caso perdido pela ala do PMDB que é a favor de uma aliança com FHC. O partido é fortemente dominado nesse Estado pelo senador Roberto Requião, um dos pré-candidatos peemedebistas a presidente.
O Paraná tem 28 dos 697 votos da Convenção Nacional do PMDB. Indagado se o resultado dos votos paranaenses será 27 pela candidatura própria e 1 contra, o presidente do PMDB do Paraná deu uma risada. "Não sei. Mas eu não quero ficar aqui fazendo uma guerra."
A posse de Mário Pereira na presidência do PMDB do Paraná é uma tentativa dos governistas do partido de reverter a avalanche de notícias adversas para eles nos últimos dias.
Desde quando o ex-presidente Itamar Franco, hoje no PMDB, declarou-se pré-candidato a presidente, houve uma série de defecções da tese da aliança com FHC.
Os governistas decidiram reagir. Estão dispostos a gerar fatos nesta semana que possam reverter a posição defensiva em que se encontram no momento.
O ponto alto será quando divulgarem uma lista com assinaturas de convencionais do país todo a favor da tese da aliança com FHC. A data de divulgação desse documento não está definida.



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