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CRIME ORGANIZADO
Secretário da Segurança alagoano diz que mortes podem estar relacionadas à "gangue da farda"
Polícia encontra 6 cabeças em praia de AL
ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Maceió
A polícia alagoana encontrou
ontem seis cabeças humanas parcial ou totalmente decompostas
na areia da praia de Sauaçuy (20
km ao norte de Maceió, AL). As
outras partes dos corpos não foram encontradas.
As cabeças foram achadas a cerca de 700 m da casa apontada pela
Polícia Federal como o "quartel-general" da chamada "gangue
fardada".
As investigações para combater
o crime organizado no Estado começaram em janeiro. Contam
com a participação das polícias
Federal, Civil e Militar, que apontam como integrantes da quadrilha policiais civis e militares, políticos e empresários.
Cerca de 40 policiais, a maioria
militares, já estão presos.
Desde o início das operações, 32
corpos (incluindo as seis cabeças
de ontem) já foram localizados em
cemitérios clandestinos.
Ninguém foi identificado. Faltam recursos ao IML (Instituto
Médico Legal) de Alagoas. Para as
polícias, todos os esqueletos são
de vítimas do crime organizado.
Ontem, o instituto não tinha
condições de avaliar há quanto
tempo as cabeças haviam sido decepadas. Algumas ainda possuíam
cabelos.
"O pessoal está ficando esperto.
Separa os corpos das cabeças para
dificultar ainda mais as identificações", afirmou o secretário da Segurança, delegado João Mendes.
No final de semana, o assassinato de um sargento e as ameaças do
coronel PM Manoel Francisco Cavalcante de dizer quem são os responsáveis por mais de cem crimes
ocorridos em Alagoas nos últimos
anos aumentaram o temor no vivido pelos alagoanos.
O coronel está preso desde o dia
16 de janeiro acusado de liderar a
"gangue fardada", que praticou
roubo de carros, assaltos a bancos,
de ter cometido crimes sob encomenda e de utilizar o dinheiro do
crime para financiar campanhas
eleitorais.
O secretário Mendes disse não
ter dúvidas de que o assassinato do
sargento Jaime da Silva Júnior, 31,
ocorrido na noite de domingo, em
Maceió, "trata-se de queima de arquivo".
O sargento vinha sendo investigado pelas polícias por seus sinais
exteriores de riqueza, incompatíveis com seu salário de R$ 850,00
por mês.
Ele possui, segundo informações
das polícias, um sobrado e um Gol
GTI, além de ser visto com frequência em bares e restaurantes
caros de Maceió.
O sargento foi assassinado em
seu carro. Três homens dispararam dezenas de tiros contra o Gol.
Seis atingiram o sargento, que
morreu na hora. Sua namorada,
que estava no carro, não foi atingida. Para protegê-la, a polícia não
divulga sua identidade.
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