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TÍTULOS SOB SUSPEITA
Ministério Público Federal vê indícios de crime em operações financeiras
Suruagy pode sofrer inquérito no STJ
da Sucursal de Brasília
O Ministério Público Federal recomendou ontem ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) a abertura de inquérito contra o ex-governador de Alagoas Divaldo Suruagy
(PMDB), um dos investigados pela CPI dos Precatórios.
A subprocuradora-geral da República Delza Curvello Rocha enviou ontem parecer ao STJ em que
afirma haver indícios suficientes
de prática de crime na emissão e
negociação de títulos públicos.
Ela pede que uma ação penal
proposta pelo próprio Ministério
Público Federal no ano passado
seja transformada em inquérito.
Uma das acusações contra o
ex-governador é a falsificação da
assinatura do então governador
Fernando Collor de Mello, em
1988, em uma portaria que permitiu a emissão de títulos públicos.
Desvio de finalidade
Suruagy, que se afastou do cargo
em razão das denúncias relacionadas a emissões de títulos públicos,
também é acusado de desviar os
recursos obtidos com a negociação dos papéis. A verba deveria ser
destinada exclusivamente para
precatórios (dívidas com pagamento determinado por ordem
judicial).
A subprocuradora reafirmou
pedido feito antes ao tribunal para
aprofundar as investigações. Ela
insiste, por exemplo, na realização
de uma perícia grafotécnica no
documento original da portaria
que teria sido falsificada.
O relator da notícia-crime contra Suruagy no STJ, Peçanha Martins, terá de submeter a decisão
sobre abertura do inquérito à Corte Especial do STJ, composta por
21 ministros. Normalmente, os
pareceres são acolhidos.
A notícia-crime foi ajuizada com
base nos relatórios e conclusões finais das CPIs (comissões parlamentares de inquérito) da Assembléia Legislativa de Alagoas e do
Senado. Se o inquérito confirmar
os indícios apontados pelo Ministério Público, o STJ deverá abrir
processo contra Suruagy.
Estão anexadas a essa notícia-crime outras duas ações propostas pela Assembléia Legislativa
e pelo Ministério Público Estadual. A Folha procurou ouvir o
ex-governador. Ele não havia sido
localizado até o fechamento desta
edição.
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