São Paulo, terça-feira, 03 de abril de 2001

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Líder do PSDB no Senado ataca em nota governador do Ceará

DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado (CE), adotou o discurso da oposição e atacou ontem o governo de seu maior rival, o também tucano Tasso Jereissati. As críticas serviram como uma resposta ao veto que ele teria sofrido do governador do Ceará ao encontro nacional do partido em Belém (PA), no fim-de-semana.
A disputa entre os dois, até então, acontecia de maneira velada, sem críticas diretas ou ataques mútuos.
Em nota divulgada no final da tarde de ontem à imprensa, o senador diz que o governo do Estado do Ceará "tem assinado muitos protocolos de intenções", mas nada estaria saindo do papel.
"Protocolos muito pouco significam. O governo assinou mais de 500, com resultados pífios diante da publicidade que vem sendo feita", escreveu Machado, que deseja ser candidato ao governo do Estado em 2002.
"É hora de o governo ter humildade, reconhecer que não é o dono da verdade", disse.
O governador Tasso Jereissati disse ontem, por sua assessoria de imprensa, que não iria comentar as críticas de Sérgio Machado.
Os dois mantêm uma relação hostil desde as eleições de 1998, quando Machado insistia em ser o candidato ao governo do Estado e Tasso não concordou, decidindo concorrer à reeleição.
Em fevereiro, quando Machado foi reconduzido à liderança do PSDB no Senado, os outros dois senadores tucanos pelo Ceará, Lúcio Alcântara e Luiz Pontes, partiram em defesa de Tasso e tentaram impedir a vitória do dissidente, mas não conseguiram.
O grupo político de Tasso identificou Machado com a articulação política de José Serra (Saúde) junto ao PMDB na eleição das Mesas do Congresso. Tasso e Serra são pré-candidatos não-declarados do PSDB a presidente.

Jader
Após isso, Tasso associou o rival Sérgio Machado ao presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), alvo de diversas denúncias de corrupção.
"Ele (Sérgio) é uma liderança muito forte, aliado ao Jader Barbalho, presidente do Senado. Eles formam uma dupla importante", afirmou.
Em princípio, Machado segue no PSDB. Anteontem, o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Raimundo Viana, pré-candidato ao governo do Ceará, como Machado, disse que o senador "não faz mais parte do partido".
(KAMILA FERNANDES)


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