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MATO GROSSO DO SUL
Zeca do PT recua de convite a pefelista
PAULO MOTA
COORDENADOR-ASSISTENTE
DA AGÊNCIA FOLHA
O governador do Mato Grosso
do Sul, José Orcírio dos Santos, o
Zeca do PT, recuou ontem na defesa do convite que fez para o ex-deputado Saulo Queiroz, principal executivo do PFL, assumir a
secretaria de Articulação Institucional de seu governo.
O convite feito pelo governador
a um adversário partidário provocou reações contrárias no PT. O
líder petista Luiz Inácio Lula da
Silva classificou a idéia como um
"pesadelo". O governador respondeu, dizendo que pesadelo
eram as forças que se opunham a
ele no Estado.
A presidente estadual do PT, Elza Jorge, disse que o governador
"não tem soberania para articular
alianças com o PFL".
Na sexta-feira passada, Queiroz
disse que recusava o convite, mas
que poderia ajudar o governo de
Zeca do PT "informalmente".
Após uma reunião com a Executiva Nacional do PT, ocorrida
ontem em São Paulo, o governador fez uma autocrítica, dizendo
que errou ao fazer o convite sem
consultar o partido.
"Claro que faço autocrítica. Na
medida em que (o convite) não
tem a concordância do PT e que
nós entendemos que é estratégico
buscar alternativa, temos que fazer autocrítica para apontar para
o novo", disse Zeca.
Antes da reunião, o governador
justificou o convite dizendo que
buscava furar o suposto bloqueio
que o PMDB, comandado pelo
prefeito de Campo Grande, André Puccinelli, faz ao seu governo
dentro do Estado.
Zeca do PT tem reclamado que
parlamentares do PMDB de seu
Estado têm bloqueado sistematicamente verbas e projetos que dependem do governo federal.
Sem ressonância
A reclamação do governador
não teve eco na Executiva petista.
Todos os presentes disseram que
o convite a Queiroz não se justificava e que contrariava todas as diretrizes do partido.
O governador disse que admitia
o recuo, mas cobrou da executiva
um apoio para resolver o problema do cerco peemedebista. Argumentou que o que estava em jogo
era a sua reeleição em 2002.
A solução encontrada foi a redação de uma nota genérica, cujo
principal objetivo é pôr fim na
discussão pública do problema e
estancar o desgate de uma eventual aliança com o PFL.
Os dois lados reconhecem, no
entanto, que não vêem perspectiva a curto prazo para resolver o
problema do isolamento do petista, em 2002, sem contemplar uma
aliança com o PFL e o PSDB.
O artifício criado pelo governador e a executiva petista foi a formação de uma comissão para
acompanhar a situação, deslocando-se para o Estado.
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