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Se denúncia for comprovada, governo suspenderá repasse
Ministério envia equipe a Campo Grande para apurar desvio no FAT
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
Uma equipe composta de cinco
auditores do Ministério do Trabalho chegou ontem a Campo Grande para investigar o suposto desvio de verbas do FAT (Fundo de
Amparo ao Trabalhador) no Mato Grosso do Sul.
A apuração deve durar 15 dias e,
se for comprovado alguma fraude, será suspenso o envio de recursos para o Estado -que somam R$ 4,6 milhões neste ano.
As suspeitas de irregularidades
na aplicação da verba foram levantadas pelo Ministério Público
Federal, que pediu abertura de inquérito na semana passada para
apurar o caso.
Segundo a denúncia, que já produziu 3.000 páginas de apuração,
três ONGs (organizações não-governamentais) e duas empresas
teriam deixado de prestar contas
de R$ 220 mil repassados do FAT
entre os anos de 1999 e 2000.
Segundo uma testemunha não
identificada, parte do dinheiro teria parado na campanha de vereadores do PT, partido que governa
o Estado, em 2000.
O governador José Orcírio dos
Santos, o Zeca do PT, disse que
"não admite governar sob suspeição" e prometeu punir com rigor
eventuais culpados.
"Ainda não temos indícios de
irregularidades, mas vamos fazer
um levantamento da situação. Se
houver, a suspensão do recurso
será imediata", disse Lilian Comelli Dutra, assessora da secretaria executiva do Ministério do
Trabalho. Ontem à tarde, ela se
reuniu com membros da Procuradoria da República em Campo
Grande.
Uma das ONGs que aparece como envolvida no desvio é o
MNMMR (Movimento Nacional
dos Meninos e Meninas de Rua).
A coordenadora nacional da entidade, Jussara Goiás, disse à Agência Folha na semana passada que
a entidade em Mato Grosso do Sul
está sob intervenção desde janeiro deste ano justamente pelos
problemas com as contas.
O secretário estadual de Assistência Social, Cidadania e Trabalho, Agamenon Rodrigues do
Prado, escalado pelo governo Zeca do PT para falar sobre o caso
FAT, disse descartar a hipótese de
que vereadores tenham recebido
ajuda da verba pública durante
suas campanhas.
"Isso não ocorreu", disse ele.
Sua pasta é a responsável pela distribuição dos recursos repassados
do FAT para o governo estadual.
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