São Paulo, terça-feira, 03 de abril de 2001

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MS

Se denúncia for comprovada, governo suspenderá repasse

Ministério envia equipe a Campo Grande para apurar desvio no FAT

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Uma equipe composta de cinco auditores do Ministério do Trabalho chegou ontem a Campo Grande para investigar o suposto desvio de verbas do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) no Mato Grosso do Sul.
A apuração deve durar 15 dias e, se for comprovado alguma fraude, será suspenso o envio de recursos para o Estado -que somam R$ 4,6 milhões neste ano.
As suspeitas de irregularidades na aplicação da verba foram levantadas pelo Ministério Público Federal, que pediu abertura de inquérito na semana passada para apurar o caso.
Segundo a denúncia, que já produziu 3.000 páginas de apuração, três ONGs (organizações não-governamentais) e duas empresas teriam deixado de prestar contas de R$ 220 mil repassados do FAT entre os anos de 1999 e 2000.
Segundo uma testemunha não identificada, parte do dinheiro teria parado na campanha de vereadores do PT, partido que governa o Estado, em 2000.
O governador José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, disse que "não admite governar sob suspeição" e prometeu punir com rigor eventuais culpados.
"Ainda não temos indícios de irregularidades, mas vamos fazer um levantamento da situação. Se houver, a suspensão do recurso será imediata", disse Lilian Comelli Dutra, assessora da secretaria executiva do Ministério do Trabalho. Ontem à tarde, ela se reuniu com membros da Procuradoria da República em Campo Grande.
Uma das ONGs que aparece como envolvida no desvio é o MNMMR (Movimento Nacional dos Meninos e Meninas de Rua). A coordenadora nacional da entidade, Jussara Goiás, disse à Agência Folha na semana passada que a entidade em Mato Grosso do Sul está sob intervenção desde janeiro deste ano justamente pelos problemas com as contas.
O secretário estadual de Assistência Social, Cidadania e Trabalho, Agamenon Rodrigues do Prado, escalado pelo governo Zeca do PT para falar sobre o caso FAT, disse descartar a hipótese de que vereadores tenham recebido ajuda da verba pública durante suas campanhas.
"Isso não ocorreu", disse ele. Sua pasta é a responsável pela distribuição dos recursos repassados do FAT para o governo estadual.


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