São Paulo, quarta-feira, 03 de abril de 2002

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Ciro aponta falta de escrúpulo em tucano

Alan Marques/Folha Imagem
O pré-candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, durante reunião com congressistas do PTB


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PPS) atacou ontem a candidatura do tucano José Serra. Ex-tucano, Ciro fez críticas diretas ao presidenciável do PSDB, dizendo que faltam "escrúpulo" e "ética" a Serra. Também acusou a estrutura da campanha do tucano de aliciamento de políticos.
"A falta de escrúpulo, a falta de ética, a falta de limite, a ambição desse senhor é uma coisa que deveria por a barba de molho de todos os democratas deste país", afirmou Ciro, que estava em Brasília ontem para participar de reuniões com os partidos da sua coligação (PPS, PTB e PDT).
Segundo ele, Serra terá uma surpresa durante a campanha eleitoral. "Será evidenciado que a grande maioria do povo brasileiro não está à venda, mesmo com todo o dinheiro do sr. Ricardo Sérgio", disse Ciro Gomes, referindo-se ao ex-diretor do Banco do Brasil que já foi arrecadador de recursos de campanha de Serra.
Para Ciro Gomes, a estrutura de Serra não tem limites nem ético nem jurídico e está tentando conquistar apoio de políticos do PPS e do PTB. "Eles podem tudo. A idéia é que podem subornar, podem aliciar, podem devassar a vida privada. Isso tudo está livre", afirmou o pré-candidato do PPS.
A forma de agir dos tucanos, segundo Ciro Gomes, demonstra que a candidatura de Serra é de direita. "No comportamento político, há falta total de limite ético ou jurídico da candidatura Serra. Isso é direita. Podem dizer o que quiserem, mas isso é direita mesmo", declarou o presidenciável.
A decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de vincular as alianças regionais às nacionais, na opinião de Ciro, só beneficia a candidatura de Serra. "O governo quer pegar as fraturas do PFL", afirmou. Ele disse porém que o decreto legislativo para suspender a decisão do TSE, em votação no Congresso, é inconstitucional. "Isso é uma truculência. A Constituição prevê decreto legislativo para atos do Executivo."
Ciro afirmou que, enquanto não for procurado oficialmente pelo PFL para um eventual acordo na disputa ao Planalto, vai evitar se manifestar sobre a viabilidade de uma aliança com pefelistas. "Se o PFL tem uma candidata e eu digo que aceitaria, estou sendo inocente. Se digo que não quero, é uma grande arrogância. Como vou dizer que não quero uma coisa que não me foi oferecida?"



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