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JANIO DE FREITAS
Responsáveis também
A passividade com que os
governantes, em todo o mundo, acompanham a intensificação do massacre de populações civis e desarmadas, na Palestina, é
de baixeza idêntica à dos militares facinorosos que determinam,
caso do desatinado Ariel Sharon,
e executam o massacre.
A dimensão da baixeza desses
governantes recebeu uma ilustração adicional com a movimentação que vários deles iniciaram
anteontem - porque o preço do
petróleo deu um salto, puxado pela escalada dos riscos de reações
no mundo árabe, como decorrência da crescente investida dos militares israelenses para arrasar cidades e populações palestinas.
Nova onda
A recusa do governador Jarbas
Vasconcelos a integrar a chapa de
José Serra, como candidato peemedebista a vice-presidente,
abriu ontem parte das cortinas de
conveniência que têm encoberto
intensa movimentação em torno
de estratégias do PMDB, do PT,
do PPS e até do PSDB.
A dificuldade de manter a
aliança partidária em Pernambuco, caso o governador desistisse
de sua reeleição, é apenas um pretexto público para a realidade
pouco afável com os peessedebistas: Jarbas Vasconcelos não desejou, em momento algum, incorporar-se à candidatura de José
Serra. Deixou que o assunto prosperasse acalentado por outros,
tendo em sua defesa o fato de que
jamais emitiu um só estímulo às
esperanças de Serra e do comando peessedebista.
Em encontro seu com Fernando
Henrique Cardoso e Serra, há
duas semanas, pôs os dois atônitos: ouviu, ouviu, já não tinham
mais o que dizer, e Jarbas Vasconcelos não disse nada, absolutamente nada. Já sabia, sempre
soube, qual era sua disposição (e
dela sei muito bem que Serra teve
conhecimento, com as reservas
talvez que eu lhe mereça, há mais
de uma semana). Encontrar um
vice conveniente, eis o problema
que aflige Serra. Problema difícil.
Embora o noticiário e a crônica
política falem muito em Itamar
Franco, esta é uma das composições mais improváveis dentre as
mais improváveis.
No PMDB inicia-se hoje, durante reunião de cúpula em Brasília,
nova série de manobras táticas
com a finalidade de obstruir, pelo
menos até a metade do ano, qualquer composição com o PSDB e
seu candidato. Projetam-se duas
linhas possíveis, em contraposição aos já envolvidos com Serra.
Uma delas seria forçar o lançamento de Pedro Simon à presidência, para ativar campanha
nacional que levassem à eleição
de grandes bancadas para Câmara e Assembléias. Outra, não lançar candidato nem fazer aliança
para a presidência, compondo em
cada Estado da maneira mais
conveniente para disputar o governo local e senatórias.
Com a agitação no PMDB e no
PSDB - neste, já são muitos os
convencidos de que a aliança com
os peemedebistas torna-se difícil- começa hoje um novo capítulo da disputa eleitoral.
À espera
O presidente da CNBB e o presidente do TSE, d. Jayme Chemello
e Nelson Jobim, tiveram demorada conversa sobre assuntos políticos e eleitorais. Um deles foi a situação eleitoral de Cristovam
Buarque, pendente da decisão no
processo em que é acusado de
propaganda eleitoral irregular,
na eleição passada. O presidente
da CNBB tem a convicção de o ex-governador do Distrito Federal
está sendo processado indevida e
injustamente. E é isso mesmo.
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