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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Presidente do Superior Tribunal de Justiça diz que só divulga decisão hoje, depois de deixar o cargo
Garotinho anuncia Costa Leite como vice
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
O governador do Rio e pré-candidato do PSB a presidente, Anthony Garotinho, anunciou ontem que o presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Paulo Costa Leite, deverá ser o
vice em sua chapa.
Segundo Garotinho, a festa política para receber Costa Leite no
PSB está marcada para o próximo
dia 10, em Brasília. Como magistrado, ele tem até o dia 6 para assinar a sua ficha de filiação, de acordo com a Lei Eleitoral.
"Há muitos nomes cotados,
mas Costa Leite deverá ser meu
vice", disse o governador, após
inaugurar um centro esportivo
para deficientes físicos, em Niterói (Grande Rio). O presidente do
STJ, que deixa o cargo de ministro
hoje e se aposenta amanhã, tinha
convites para se filiar ao PT e ao
PPS, além do PSB.
A assessoria do ministro Costa
Leite informou que ele só anuncia
seu destino político às 15 horas,
quando se afasta oficialmente do
tribunal.
Interlocutores informaram, porém, que a tendência de Costa Leite seria mesmo a de fechar com o
partido de Garotinho.
Ele ainda estaria indeciso quanto ao cargo eletivo que deverá disputar: deputado federal pelo Distrito Federal ou vice na chapa de
Garotinho. A Folha apurou que o
governador do Rio ligou para a
casa de Costa Leite na manhã do
último domingo. Os dois conversaram por cerca de 40 minutos e
Garotinho reiterou o convite para
acompanhá-lo em sua chapa presidencial.
No dia 4 de fevereiro, quando
esteve em Brasília para inaugurar
a sede do PSB, o governador se
reuniu com Costa Leite. No encontro, intermediado pelo deputado distrital Rodrigo Rollemberg, pré-candidato do PSB ao governo do Distrito Federal, Garotinho falou pela primeira vez na
possibilidade de o ministro ser
seu vice.
O ministro não respondeu ao
convite, mas, desde então, os dois
vêm se falando, com frequência,
por telefone.
Posição crítica
Aos 53 anos, Costa Leite ingressou no STJ em 1988. Sua passagem pela Presidência do tribunal,
iniciada em abril de 2000, foi marcada por uma posição crítica à administração do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Defensor dos interesses do funcionalismo público, o ministro
chegou a dizer, em 30 de outubro
do ano passado, que a política salarial do governo federal era "inconcebível".
"Parece firmar-se no mesmo
propósito de desestruturar o Estado e desvalorizar a sofrida classe
[de servidores"", disse.
Costa Leite também já criticou
publicamente a política social do
governo de Fernando Henrique
Cardoso e a falta de um projeto
nacional de combate à violência.
Em maio, durante a crise energética, ele culpou a "imprevidência", a "incúria" e a "falta de planejamento" do governo no trato
da questão, que teriam levado o
país a um "quase estado de calamidade pública".
Coesão
Em Niterói, Garotinho reafirmou que não desistirá de sua candidatura e que o PSB está coeso
em torno de seu nome.
Ele disse que há um "jogo de interesses" de petistas e tucanos para prejudicar sua pré-candidatura
à Presidência da República, forçando um segundo turno entre os
pré-candidatos José Serra (PSDB)
e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Não vejo por que um candidato que está em segundo lugar nas
pesquisas eleitorais deveria retirar
a sua candidatura, a não ser por
um desejo muito forte de meus
adversários", disse.
Na última pesquisa Datafolha,
realizada em 12 de março, Anthony Garotinho aparece em terceiro lugar, com 14% das intenções de voto, atrás do petista Luiz
Inácio Lula da Silva (25%) e do tucano José Serra (17%).
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