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CONGRESSO
Base governista resiste à aprovação de projetos que trancam pauta
Câmara não vota MPs e atrasa CPMF
DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Irritado com a ausência de deputados no plenário na hora marcada para começar as votações, o
presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), encerrou a sessão de ontem, complicando ainda
mais a votação das 22 MPs (medidas provisórias) que impedem a
apreciação da emenda que prorroga até 2004 a cobrança da
CPMF (Contribuição Provisória
sobre Movimentação Financeira).
Pela manhã, uma força-tarefa
do governo se reuniu com deputados para conseguir votos para a
MP do setor energético, que cria o
seguro-apagão, mas não conseguiu convencer nem os aliados.
Essa é uma das MPs que estão
trancando a pauta de votação.
Depois de reunir o partido, o líder do PFL na Câmara, Inocêncio
Oliveira (PE), disse que a MP não
deverá ser votada nesta semana.
Deputados baianos que seguem a
orientação política do ex-senador
Antonio Carlos Magalhães (PFL)
devem votar contra a proposta.
"Esse dinheiro pode ser para
campanha eleitoral. Estão procurando fazer caixa e quem paga a
conta é o povo", afirmou o deputado Paulo Magalhães (PFL-BA),
sobrinho de ACM. O ex-senador
influi no voto de 20 deputados. A
oposição fazia obstrução porque é
contra à aprovação da MP.
Há pouco mais de um ano na
presidência da Câmara, foi a primeira vez que Aécio foi rígido na
cobrança das presenças e entrou
no plenário disposto a descontar
o salário dos deputados faltosos.
"A medida que tomei é pedagógica", declarou Aécio. Ele havia
feito um apelo na semana passada
para que os deputados estivessem
no plenário às 16h. Às 16h39,
quando encerrou a sessão, 217 deputados haviam registrado presença no painel do plenário, mas
quase 400 deputados já haviam
registrado entrada na Câmara.
Os deputados que não registraram presença no painel terão descontados em torno de R$ 380 de
seus salários. A decisão provocou
protestos. Alguns deputados estavam trabalhando nas comissões.
Ao contrário do que acontece
habitualmente, não houve aviso.
Aécio entrou no plenário, também atrasado, às 16h27, e encerrou a sessão. O deputado Aloizio
Mercadante (PT-SP) foi surpreendido com o fim da sessão
quando estava questionando o
presidente do Banco Central, Armínio Fraga, nas comissões. "É
molecagem. O presidente está de
birra. Não resolve o problema político da base do governo e acha
que pode resolver assim", disse.
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