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São Paulo, quinta-feira, 03 de abril de 2003

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PARTIDOS

PSDB poderá adiar eleição para evitar racha

JULIA DUAILIBI
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

A eleição para a presidência do PSDB, prevista para o mês que vem, deverá ser adiada até dezembro como única forma de evitar uma cisão formal no partido e o aprofundamento de uma crise que se arrasta desde 2002.
Se consumado, o adiamento da eleição, encampado pelo secretário-geral do PSDB, Márcio Fortes, manterá o ex-deputado José Aníbal no comando da legenda. A decisão sairá até o fim do mês.
Fortes dá razões técnicas para o possível adiamento. Segundo ele, seria melhor para o partido que a eleição ocorresse após a renovação dos delegados estaduais, prevista para novembro.
"Há novas forças no partido que precisam estar representadas. Além disso, talvez seja importante esperar um pouco mais para ver ao certo como será o governo Lula", diz Fortes. "É uma preocupação genuína", endossa Aníbal.
Nos bastidores, no entanto, não há consenso em torno do nome para presidir o PSDB durante esse primeiro ano do partido na posição. O adiamento evitaria um possível confronto dos tucanos pelo comando da legenda.
"Não dá para ter disputa agora. Precisamos de um nome que agregue as visões do partido ou ficará muito difícil. Se houver disputa, o partido racha e aí fica enfraquecido", afirmou o senador Romero Jucá (PSDB-RR).
O candidato derrotado à Presidência da República José Serra deve retornar ao Brasil até o final deste mês, após ter lecionado nos EUA. Ele foi aconselhado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a pleitear o comando dos tucanos e consolidar-se como principal voz de oposição ao PT.
Mas o senador Tasso Jereissati (CE), que tem a simpatia de Aécio Neves, governador de Minas, também articula a viabilização de seu nome. Tasso e Serra protagonizaram um confronto pela indicação do PSDB para a disputa pelo Palácio do Planalto.
Os tucanos não descartam uma "terceira via", caso não haja um consenso. Entre os cotados estão o senador Teotônio Vilela (AL), o ex-governador Almir Gabriel (PA) e o ex-senador Artur da Távola (RJ). O adiamento também seria uma forma de manter os governadores Geraldo Alckmin (SP) e Aécio como principais porta-vozes tucanos em relação ao PT.


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