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PARTIDOS
PSDB poderá adiar eleição para evitar racha
JULIA DUAILIBI
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
A eleição para a presidência do
PSDB, prevista para o mês que
vem, deverá ser adiada até dezembro como única forma de evitar uma cisão formal no partido e
o aprofundamento de uma crise
que se arrasta desde 2002.
Se consumado, o adiamento da
eleição, encampado pelo secretário-geral do PSDB, Márcio Fortes,
manterá o ex-deputado José Aníbal no comando da legenda. A decisão sairá até o fim do mês.
Fortes dá razões técnicas para o
possível adiamento. Segundo ele,
seria melhor para o partido que a
eleição ocorresse após a renovação dos delegados estaduais, prevista para novembro.
"Há novas forças no partido que
precisam estar representadas.
Além disso, talvez seja importante esperar um pouco mais para
ver ao certo como será o governo
Lula", diz Fortes. "É uma preocupação genuína", endossa Aníbal.
Nos bastidores, no entanto, não
há consenso em torno do nome
para presidir o PSDB durante esse
primeiro ano do partido na posição. O adiamento evitaria um
possível confronto dos tucanos
pelo comando da legenda.
"Não dá para ter disputa agora.
Precisamos de um nome que
agregue as visões do partido ou ficará muito difícil. Se houver disputa, o partido racha e aí fica enfraquecido", afirmou o senador
Romero Jucá (PSDB-RR).
O candidato derrotado à Presidência da República José Serra
deve retornar ao Brasil até o final
deste mês, após ter lecionado nos
EUA. Ele foi aconselhado pelo ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso a pleitear o comando dos
tucanos e consolidar-se como
principal voz de oposição ao PT.
Mas o senador Tasso Jereissati
(CE), que tem a simpatia de Aécio
Neves, governador de Minas,
também articula a viabilização de
seu nome. Tasso e Serra protagonizaram um confronto pela indicação do PSDB para a disputa pelo Palácio do Planalto.
Os tucanos não descartam uma
"terceira via", caso não haja um
consenso. Entre os cotados estão
o senador Teotônio Vilela (AL), o
ex-governador Almir Gabriel
(PA) e o ex-senador Artur da Távola (RJ). O adiamento também
seria uma forma de manter os governadores Geraldo Alckmin (SP)
e Aécio como principais porta-vozes tucanos em relação ao PT.
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