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CONTRA
"Separação não resolve problemas
e cria dificuldades", afirma Tito Ryff
DA SUCURSAL DO RIO
O secretário de Planejamento
do governo do Rio de Janeiro, Tito Ryff, afirma que a desfusão da
cidade do Rio do Estado não resolve nenhum dos problemas e
cria novas dificuldades.
Folha - Por que o senhor é contra
a desfusão?
Tito Ryff - Acho que ela não resolve nenhum dos problemas e
cria novas dificuldades. Como se
faria a atribuição da dívida? A dívida do município do Rio é bem
menor do que a dívida do Estado.
A dívida da cidade é de cerca de
R$ 12 bilhões. A do Estado supera
os R$ 40 bilhões. Se dividíssemos
a dívida pela população, a da cidade-Estado passaria dos R$ 12 bilhões para cerca de R$ 32 bilhões.
Além disso, o município teria de
assumir as funções, muito dispendiosas, que hoje são exercidas
pelo Estado. Todo o efetivo policial que opera na cidade. A maioria dos leitos hospitalares do Estado está na capital. A mesma coisa
com relação à rede escolar do Estado. Essas três funções, mais a
previdência, representam mais de
R$ 4,5 bilhões de gastos.
Folha - Os defensores dizem que a
cidade não tem conexão com o Estado do Rio economicamente.
Ryff - A economia moderna é a
economia de serviços, de turismo,
de informação, de cultura, de lazer. Essa é a vocação da capital.
Mas ela interage com a economia
industrial e, em alguns casos, com
a economia agrícola.
O movimento da desfusão é contra o casal Garotinho?
Ryff - Eu não tenho a menor dúvida. Tenho ouvido que eles querem se livrar do casal Garotinho e
não sabem como. Se é realmente
isso, acho muito triste.
Folha - A fusão prejudicou a cidade do Rio de Janeiro?
Ryff - Não é verdade. A fusão foi
um ato unilateral da ditadura mas
era discutida havia muitos anos.
Toda a lógica era de que a cidade
sofria um processo de perda de
importância industrial, e que o interior se desenvolvia muito rápido. Era o Estado que viria em socorro da cidade, e não o contrário.
A cidade do Rio sofreu mais ao
deixar de ser a capital do país do
que com a fusão...
Ryff - Não tenho dúvidas. Se alguma coisa que corrigisse o passado seria que o Rio voltasse a ser
capital e não a desfusão.
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