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Painel
Propaganda induzida 1
FHC pediu à CNI (Confederação Nacional da Indústria) que
antecipasse a divulgação de pesquisa Ibope sobre sucessão presidencial, pela qual ele venceria
no 1º turno. O levantamento,
tornado público anteontem, só
seria revelado semana que vem.
Propaganda induzida 2
Com a divulgação da pesquisa
CNI-Ibope, o presidente quis
minimizar no noticiário os efeitos negativos do incêndio em
Roraima e da lógica unicamente
reeleitoral da troca ministerial.
Orientação oficial
Sergio Amaral, porta-voz e secretário de Comunicação Social,
está orientado a divulgar notícias "positivas" nos momentos
em que a imprensa destacar fatos "negativos" para o governo.
Ordem palaciana
O Banco Central divulgou na
segunda levantamento parcial
mostrando o ingresso recorde
no país de US$ 10,8 bi em março.
Era para compensar a notícia do
índice de desemprego do IBGE
de 7,42% em fevereiro -o mais
alto desde junho de 1984.
Coro dos insatisfeitos
Lula prepara um seminário em
defesa da empresa nacional. Vai
escandalizar setores do PT. Outra idéia do candidato ao Planalto é fazer um debate com Adib
Jatene e Carlos Albuquerque,
ex-ministros da Saúde de FHC.
Estava pegando mal
Pio Borges, homem da privatização no BNDES, havia sido estatizado (integrado ao quadro
fixo do banco). Mas a instituição
voltou atrás após a péssima repercussão interna e anulou o
ato. Funcionalmente, continua a
depender de nomeação oficial.
Cabeça quente
Quem tem conversado com
Maluf recentemente diz que ele
anda uma pilha de nervos. Por
sugestão de amigos, aproveitará
a Semana Santa para passar 10
dias de férias em Nova York.
Tratamento médico
Marina Silva (PT-AC) está nos
EUA, tentando uma nova terapia de desintoxicação de mercúrio. Se falhar, vai ao Japão.
Ferida aberta
O fato de Maciel ter mantido o
Meio Ambiente e de ACM somar
a Previdência com o Ministério
de Minas e Energia deixou insatisfeitas as bancadas do PFL no
Sul e Sudeste. Só o Nordeste se
deu bem na reforma ministerial.
Insatisfação pefelista
De um senador pefelista, contrariado com a escolha dos nomes do partido para o ministério: "Na hora da briga (votar as
reformas), são 24 senadores. Na
hora de receber as benesses, o
PFL é Marco Maciel e ACM".
Pisando em cima
O PSDB, pego de surpresa com
a criação do Ministério das Reformas Institucionais, tem uma
tese-explicação: o PFL só insistiu
na pasta para desmoralizar
FHC, forçando-o a criar um ministério a fim de mostrar força.
Proibida para menores
Com exceção de Serra, cuja ida
para a Saúde foi uma derrota do
PFL, a reforma ministerial virou
um show de conveniência reeleitoral, até com ministério novo e
sem sentido na última hora.
Não é o único
Tucanos criticaram a nomeação de Renan Calheiros para a
Justiça, por seu passado collorido. Defesa do PMDB: o senador
alagoano foi o primeiro a romper com Collor e há precedentes
(Malan, Kandir e Pedro Parente
beberam da mesma água).
Barril de pólvora
Após os sem-terra, o governo
deve ter problemas com os
sem-teto. Está marcado para
terça um despejo de 301 famílias
que ocupam há três meses um
prédio do INSS em São Paulo.
Os ânimos estão acirrados.
Não colou
Anteontem, 1º de abril, ACM
disse a senadores do PFL que
não bancou a escolha de Ornelas
para a Previdência. A decisão teria sido de FHC. Comentário
irônico de um senador que ouviu a explicação: "É muito maquiavelismo do presidente".
Meu nome é reeleição
Dizem que foi fácil para FHC
criar o Ministério das Reformas
Institucionais e nomear o senador Freitas Neto (PFL-PI). Difícil é explicar para que serve.
TIROTEIO
De Aloizio Mercadante (PT),
sobre o incêndio em Roraima:
- Na Inglaterra, FHC foi
comparado ao estadista romano
Júlio César. Na próxima viagem
à Europa, a comparação será
com Nero (que governava Roma
à época de um grande incêndio).
CONTRAPONTO
Cada vez pior
A posse do jornalista Carlos
Zarur na presidência da Radiobrás, ontem, se transformou
num festival de trapalhadas.
Primeiro, o presidente que
saía, Maurílio Ferreira Lima,
cansou a platéia numa sequência
de elogios a si mesmo. Em seguida, derrapou o embaixador Sergio Amaral, chefe de Zarur.
Segundo Amaral, ao saber que
Zarur acumularia a presidência
da Radiobrás com a função de
adjunto da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da
República, dando meio expediente em cada, Clóvis Carvalho
(Casa Civil) reagiu:
- Se a Radiobrás é tão importante, como é que ele vai dedicar
só meio período a ela?
Percebendo que cometera uma
inconfidência, Amaral tentou
corrigir:
- É porque o Zarur é meio
competente.
Como ficou ainda pior, Amaral emendou, rapidamente:
- Não, ele é tão competente,
que meio período é suficiente.
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