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"Sem-máquina'
reclamam de
desvantagens
ANTONIO CARLOS SEIDL
da Reportagem Local
Os novos candidatos à Câmara
dos Deputados na eleição de outubro qualificaram de uma discriminação aos "sem-máquina", de um
"escândalo" e de um constrangimento a ajuda material do Congresso aos deputados que quiserem disputar a reeleição este ano.
Luiz Antonio Medeiros, presidente da Força Sindical, que será
candidato à Câmara pelo PFL, disse que a possibilidade de uso irrestrito da gráfica da Câmara pelos
deputados que buscam a reeleição
é uma discriminação contra os
"sem-máquina".
"Isso é um grave erro da lei eleitoral. É assim que o Congresso vai
perdendo a legitimidade", disse.
José Dirceu, presidente do PT,
que concorrerá à Câmara em outubro, disse que a lei eleitoral está
errada, pois devia, como antes,
continuar proibindo o uso da gráfica da Câmara na campanha eleitoral dos parlamentares.
José Dirceu disse que acha justo
que os deputados imprimam balanços de seu trabalho parlamentar para distribuir aos eleitores,
mas considera grave o uso específico de verbas nas campanhas eleitorais. "O PT foi contra a maior
parte dessa lei eleitoral que esta aí.
Ela é um escândalo, que legaliza a
derrama de dinheiro na eleição",
afirmou.
Emerson Kapaz, que deixou ontem o comando da Secretaria de
Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de
São Paulo para disputar uma vaga
na Câmara dos Deputados pelo
PSDB paulista, disse que a utilização de recursos públicos nas campanhas é um privilégio injusto,
que cria um diferencial muito forte, e um sério constrangimento.
Mas, segundo Kapaz, o tiro pode
sair pela culatra: "O deputado que
imagina que vai ter vantagem pode, na verdade, ter uma surpresa.
A imagem do Congresso está em
baixa. Os eleitores não vão aceitar
o uso da receita de impostos na
propaganda eleitoral".
Kapaz, que espera obter 70 mil
votos para chegar a Brasília, disse
que o uso da gráfica vai criar um
certo constrangimento porque os
atuais deputados, na verdade, vão
ter uma disponibilidade que os
novos candidatos não terão.
"Os novos candidatos vão ter
mais dificuldade", afirmou o
ex-secretário de Covas.
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