São Paulo, sexta, 3 de abril de 1998

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"Sem-máquina' reclamam de desvantagens

ANTONIO CARLOS SEIDL
da Reportagem Local

Os novos candidatos à Câmara dos Deputados na eleição de outubro qualificaram de uma discriminação aos "sem-máquina", de um "escândalo" e de um constrangimento a ajuda material do Congresso aos deputados que quiserem disputar a reeleição este ano.
Luiz Antonio Medeiros, presidente da Força Sindical, que será candidato à Câmara pelo PFL, disse que a possibilidade de uso irrestrito da gráfica da Câmara pelos deputados que buscam a reeleição é uma discriminação contra os "sem-máquina".
"Isso é um grave erro da lei eleitoral. É assim que o Congresso vai perdendo a legitimidade", disse.
José Dirceu, presidente do PT, que concorrerá à Câmara em outubro, disse que a lei eleitoral está errada, pois devia, como antes, continuar proibindo o uso da gráfica da Câmara na campanha eleitoral dos parlamentares.
José Dirceu disse que acha justo que os deputados imprimam balanços de seu trabalho parlamentar para distribuir aos eleitores, mas considera grave o uso específico de verbas nas campanhas eleitorais. "O PT foi contra a maior parte dessa lei eleitoral que esta aí. Ela é um escândalo, que legaliza a derrama de dinheiro na eleição", afirmou.
Emerson Kapaz, que deixou ontem o comando da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados pelo PSDB paulista, disse que a utilização de recursos públicos nas campanhas é um privilégio injusto, que cria um diferencial muito forte, e um sério constrangimento.
Mas, segundo Kapaz, o tiro pode sair pela culatra: "O deputado que imagina que vai ter vantagem pode, na verdade, ter uma surpresa. A imagem do Congresso está em baixa. Os eleitores não vão aceitar o uso da receita de impostos na propaganda eleitoral".
Kapaz, que espera obter 70 mil votos para chegar a Brasília, disse que o uso da gráfica vai criar um certo constrangimento porque os atuais deputados, na verdade, vão ter uma disponibilidade que os novos candidatos não terão.
"Os novos candidatos vão ter mais dificuldade", afirmou o ex-secretário de Covas.



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