São Paulo, sexta, 3 de abril de 1998

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PRIVATIZAÇÕES
Leilão tem ágio de 27,2%
Coelce é vendida por R$ 775,96 milhões

da Sucursal do Rio

A Coelce (Companhia de Eletricidade do Ceará) foi privatizada ontem por R$ 987 milhões, com ágio de 27,2% sobre o preço mínimo, de R$ 775,96 milhões. O consórcio Distriluz, formado por empresas do Chile, da Espanha e de Portugal, que controla a Cerj (Companhia de Eletricidade do Rio de Janeiro), venceu o leilão.
A própria Cerj, que em fevereiro deste ano foi multada em R$ 638 mil reais pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) por queda na qualidade dos serviços e que pode sofrer novas sanções, adquiriu diretamente 36,6% da parcela leiloada (82,69% do capital votante da Coelce, correspondentes a 51,05% do capital total).
O resto das ações foi comprado pela chilena Enersis (26%) e pela espanhola Endesa (37,5%). Enersis e Endesa dividem com a portuguesa EDP o controle da Cerj. A empresa chilena tem 42% do capital da distribuidora fluminense, a EDP, 21%, e a Endesa, 7%.
O presidente da Enersis, José Antonio Guzmán Matta, disse que os problemas de qualidade dos serviços enfrentados pela Cerj não irão se repetir na Coelce.
Segundo ele, o problema da Cerj foi que a empresa investiu apenas US$ 135 milhões nos cinco anos que antecederam sua privatização, ocorrida em novembro de 96. Isso teria feito com que o sistema de distribuição da empresa, que pertencia ao Estado do Rio de Janeiro, ficasse sucateado.
Segundo Guzmán, a Coelce é uma empresa que já tem um bom nível de serviços. Ele disse que os novos controladores investirão US$ 500 milhões nos próximos cinco anos na empresa cearense.
Guzmán disse que ainda não está decidido se será utilizado no pagamento da Coelce o financiamento disponibilizado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), de 50% do preço mínimo.
Apenas dois grupos apresentaram envelopes com propostas de compra da Coelce ontem de manhã, na Bolsa do Rio. A proposta derrotada, no valor de R$ 909,09 milhões, foi do grupo controlador da baiana Coelba (Companhia de Eletricidade da Bahia), liderado pela espanhola Iberdrola.



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