|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SP troca dívidas por
papel de privatização
CLÁUDIA TREVISAN
da Reportagem Local
O governo de São Paulo trocou
ontem R$ 1,5 bilhão de dívidas por
títulos que poderão ser usados como parte do pagamento na privatização de empresas do Estado.
A troca ocorreu no primeiro leilão de debêntures (títulos de crédito) da CPA (Companhia Paulista
de Ativos), empresa criada com o
objetivo de reduzir a dívida do Estado.
Participaram do leilão 174 credores, que tinham cerca de 800
contratos de fornecimento de
bens ou serviços. A maioria dos
interessados era de empreiteiras
que realizaram obras e não receberam o pagamento.
O maior credor presente no leilão era a Camargo Corrêa, que tinha a receber pouco mais de R$
200 milhões. Em seguida vinha a
CBPO, do grupo Odebrecht, com
cerca de R$ 160 milhões.
As empresas trocaram os seus
créditos por debêntures, que poderão ser usadas no pagamento de
até 30% do preço de venda das estatais paulistas.
A primeira oportunidade de utilização dos papéis ocorrerá no leilão de privatização da Eletropaulo,
marcado para 15 de abril.
As duas empresas que ficaram
com a área de distribuição de
energia da estatal (Metropolitana e
Bandeirante) estão avaliadas em
R$ 3,042 bilhões. Se elas forem
vendidas pelo preço mínimo, R$
912,6 milhões poderão ser pagos
com debêntures da CPA.
"Esse é um momento histórico.
Pela primeira vez se conseguiu
equacionar o problema da dívida
sem enviar para o setor "micos' ou
moedas podres", disse Paulo Roberto de Godoy Pereira, presidente da Apeop (Associação Paulista
de Empresários de Obras Públicas), que reúne as empreiteiras.
O governador Mário Covas
(PSDB) acompanhou o final do
leilão na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) e considerou o
resultado "satisfatório". "É um peso que conseguimos tirar das finanças do Estado", afirmou.
O leilão foi dividido em três fases. Da primeira, destinado a credores de estatais que serão privatizadas, só participou a Bardella Indústria Mecânica, que trocou todo
o seu crédito de R$ 38 milhões.
A segunda etapa era para detentores de contratos de fornecimento de bens ou serviços ao governo
estadual. A última era aberta ao
público, mas só credores do Estado participaram.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|