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RADICAIS
Executiva do partido decide no dia 12 se abre processo
Helena diz que PT terá de "rasgar seu estatuto" se quiser expulsá-la
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ameaçada de expulsão do PT
por criticar o governo, a senadora
Heloísa Helena (AL) disse ontem
que quem quiser expulsá-la do
partido "vai ter de rasgar o estatuto e elaborar normas próprias".
A Executiva Nacional do PT decide no dia 12 se abre processo de
expulsão contra ela e contra os deputados Babá (PA), Luciana Genro (RS) e Lindberg Farias (RJ), a
pedido do presidente nacional da
legenda, José Genoino.
"Não é a primeira dificuldade
que enfrento na vida", afirmou a
senadora ontem. Todos os quatro
ameaçados de expulsão -que se
notabilizaram pela oposição à política econômica do governo e às
reformas- afirmam que vão resistir a qualquer processo para tirá-los o partido sob o argumento
de que estariam agindo de forma
coerente com a história do PT.
Heloísa Helena negou que possa sair do partido voluntariamente, como têm pregado integrantes
da Executiva Nacional. "Não conheço essa nova formulação ideológica de divórcio amigável [se referindo a sugestão defendida por
Genoino]. É óbvio que não vou
sair. O tribunal do Santo Ofício
ainda não foi instalado", disse ela.
A senadora disse que vai à reunião "tranquila" e que suas atitudes refletem "convicções ideológicas e visão de mundo" que teria
aprendido no PT. Helena negou
boatos de que irá para o PDT.
Luciana Genro afirmou que vai
realizar manifestações e abaixo-assinado em defesa de seu mandato. "Confio na reação das bases
do PT para que a cúpula do partido dê aos seus deputados o direito
de votar de acordo com suas
consciências", afirmou. Babá declarou que vai "recorrer às últimas instâncias" para garantir sua
permanência na legenda.
Dos quatro, Lindberg é o que recebe mais sinalizações da cúpula
petista de que pode ser "perdoado". Diante isso, prega um entendimento entre radicais e governistas que evite punições severas.
O presidente da comissão de ética do PT, Danilo Camargo, disse
que a apresentação de abaixo-assinados pelos deputados ameaçados não tem valor legal no processo. Segundo ele, a decisão geralmente é consensual, mas, se houver divergência, os 21 integrantes
votam. Sendo aprovado, o pedido
de expulsão é encaminhado para
a comissão de ética, que elabora
um parecer, a ser votado pelo diretório nacional em junho. São 81
integrantes, e a votação é decidida
por maioria simples.
Genoino negou ontem que o senador Paulo Paim (RS) possa sofrer sanções do partido pelas sucessivas declarações contrárias à
reforma da Previdência e por convocar uma reunião para a próxima quarta para elaborar emendas
ao projeto.
(FERNANDA KRAKOVICS E RANIER BRAGON)
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