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São Paulo, sábado, 03 de maio de 2003

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RADICAIS

Executiva do partido decide no dia 12 se abre processo

Helena diz que PT terá de "rasgar seu estatuto" se quiser expulsá-la

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ameaçada de expulsão do PT por criticar o governo, a senadora Heloísa Helena (AL) disse ontem que quem quiser expulsá-la do partido "vai ter de rasgar o estatuto e elaborar normas próprias".
A Executiva Nacional do PT decide no dia 12 se abre processo de expulsão contra ela e contra os deputados Babá (PA), Luciana Genro (RS) e Lindberg Farias (RJ), a pedido do presidente nacional da legenda, José Genoino.
"Não é a primeira dificuldade que enfrento na vida", afirmou a senadora ontem. Todos os quatro ameaçados de expulsão -que se notabilizaram pela oposição à política econômica do governo e às reformas- afirmam que vão resistir a qualquer processo para tirá-los o partido sob o argumento de que estariam agindo de forma coerente com a história do PT.
Heloísa Helena negou que possa sair do partido voluntariamente, como têm pregado integrantes da Executiva Nacional. "Não conheço essa nova formulação ideológica de divórcio amigável [se referindo a sugestão defendida por Genoino]. É óbvio que não vou sair. O tribunal do Santo Ofício ainda não foi instalado", disse ela.
A senadora disse que vai à reunião "tranquila" e que suas atitudes refletem "convicções ideológicas e visão de mundo" que teria aprendido no PT. Helena negou boatos de que irá para o PDT.
Luciana Genro afirmou que vai realizar manifestações e abaixo-assinado em defesa de seu mandato. "Confio na reação das bases do PT para que a cúpula do partido dê aos seus deputados o direito de votar de acordo com suas consciências", afirmou. Babá declarou que vai "recorrer às últimas instâncias" para garantir sua permanência na legenda.
Dos quatro, Lindberg é o que recebe mais sinalizações da cúpula petista de que pode ser "perdoado". Diante isso, prega um entendimento entre radicais e governistas que evite punições severas.
O presidente da comissão de ética do PT, Danilo Camargo, disse que a apresentação de abaixo-assinados pelos deputados ameaçados não tem valor legal no processo. Segundo ele, a decisão geralmente é consensual, mas, se houver divergência, os 21 integrantes votam. Sendo aprovado, o pedido de expulsão é encaminhado para a comissão de ética, que elabora um parecer, a ser votado pelo diretório nacional em junho. São 81 integrantes, e a votação é decidida por maioria simples.
Genoino negou ontem que o senador Paulo Paim (RS) possa sofrer sanções do partido pelas sucessivas declarações contrárias à reforma da Previdência e por convocar uma reunião para a próxima quarta para elaborar emendas ao projeto. (FERNANDA KRAKOVICS E RANIER BRAGON)


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