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São Paulo, sábado, 03 de maio de 2003

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Marido de Marta Suplicy vai receber R$ 6.300 por mês

Favre é nomeado pelo governo e será assessor especial de Gushiken

ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL BRASÍLIA

Foi publicada ontem, no "Diário Oficial", a nomeação de Luís Favre, 53, marido da prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, como assessor especial na Subchefia de Assuntos Federativos da Casa Civil da Presidência da República.
O "DO" registra o assessor como Felipe Belisário Wermus Dit Luis Favre, nome adotado por ele e que adiciona seu pseudônimo. Favre irá receber R$ 6.300 mensais, valor que corresponde à segunda maior faixa salarial de funcionário comissionado (DAS 102.5) do governo federal.
Apesar de nomeado pela Casa Civil, Favre vai trabalhar com o ministro Luiz Gushiken, da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência, na área de relações internacionais do governo.
A Casa Civil informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que esse caminho foi adotado porque não havia, na pasta de Gushiken, uma vaga de DAS. Assim que surgir uma disponibilidade, Favre será formalmente transferido da Casa Civil.
Logo depois da posse de Luiz Inácio Lula da Silva, a primeira idéia foi nomear Favre para a área de relações internacionais do Ministério da Fazenda.
Antigo colaborador do partido e amigo de Lula, Favre é um nome polêmico entre as estrelas petistas, que reconhecem sua competência, mas fazem ponderações sobre sua contratação formal -principalmente para evitar o carimbo de nepotistas.
Nascido na Argentina e desde os 23 anos com cidadania francesa, Favre só pode ser contratado porque no dia 6 de março o Ministério da Justiça concedeu seu visto de permanência em definitivo no Brasil. O processo começara a tramitar em dezembro.
Na campanha presidencial, Favre ficou responsável pela interface entre o partido e a equipe do publicitário Duda Mendonça.
Pesquisas internas da prefeitura revelam que o relacionamento com Favre é um dos principais fatores que impactam negativamente a popularidade da prefeita.
O nome de Favre foi citado no depoimento de um estelionatário em inquérito policial sobre a viação de ônibus paulistana Cidade Tiradentes. Segundo Gelson Camargo dos Santos, o marido de Marta seria "padrinho" de um esquema que envolve empresas de ônibus e administração municipal. E teria recebido US$ 300 mil para uma "caixinha".
Favre não respondeu ao recado deixado pela Folha na caixa postal de seu celular, ontem.


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