São Paulo, sábado, 03 de junho de 2006

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Painel

Renata Lo Prete
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Casamento forçado

O candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, e a ex-prefeita Marta Suplicy devem se encontrar na próxima terça-feira à noite para tentar selar o fim da beligerância entre os dois grupos.
O presidente do PT paulista, Paulo Frateschi, abriu a reunião da executiva estadual ontem com um alerta: se os petistas não pararem de brigar, a sigla corre o risco de ver confirmada a previsão de redução significativa de suas bancadas. Para aplacar os ânimos, as funções na campanha serão divididas entre aliados do candidato e da ex-prefeita. Além disso, realizações da gestão de Marta na prefeitura serão incorporadas como propostas ao plano de governo de Mercadante.

TV MST. João Pedro Stedile teve todo o tempo do mundo, ao vivo e sem cortes, na TV Câmara esta semana. Em debate sobre direitos humanos, o líder do MST falou por uma hora e meia e defendeu a reeleição do presidente Lula.

Talk show. Embalado, Stedile disse que Palocci "já foi tarde" e que os banqueiros "foram os que mais ganharam" no primeiro mandato de Lula. Mas o segundo, acredita ele, "talvez seja diferente".

Aprovado. Os pefelistas elogiavam ontem o novo estilo durão de Geraldo Alckmin. E notaram que o tucano usou o adjetivo "omisso" para se referir a Lula. É fruto de pesquisas qualitativas, que imputam esse defeito ao presidente.

O céu também. Os governistas do PMDB prometeram a Lula pouso em 14 palanques do partido Brasil afora, ainda que peemedebistas e petistas estejam em lados opostos nas disputas locais.

Cozinhando. A Executiva do PSB se reúne na quarta para discutir a aliança com Lula. A cúpula do partido, porém, vai tentar adiar a decisão por algumas semanas para tentar contornar resistências em Estados como São Paulo.

Arautos. Em conversas com o PFL e o PPS, Tasso Jereissati e Sérgio Guerra, comandantes da campanha de Alckmin, disseram que o melhor para a aliança seria a desistência de Eduardo Paes na disputa pelo governo do Rio. Resta saber quem vai falar com ele.

Lua-de-mel. Antes inimigos, Jorge Bornhausen e Roberto Freire agora tocam de ouvido. Tanto que o presidente do PFL articula para que o partido, se for preciso, abandone o PSDB no Paraná para apoiar Rubens Bueno, do PPS.

Ventilador. A declaração do presidente do PSDB paulistano, Tião Farias, de que "é um problema votar em Orestes Quércia", minou as pretensões de José Serra. O candidato ao governo esperava fechar acordo com o peemedebista na semana que vem.

Pano quente. Sidney Beraldo, presidente estadual da sigla, correu para apagar o fogo e tentar garantir o ex-governador, cortejado também pelos petistas, como candidato ao Senado na chapa tucana: "Se efetivada a aliança, Quércia terá todo apoio do PSDB".

Menina dos olhos. Nem a linha 4 do Metrô, nem o Instituto da Mulher. A obra que mais tem tomado o tempo do governador de São Paulo, Cláudio Lembo, é a reforma do auditório do Palácio dos Bandeirantes, que o pefelista faz questão de visitar pelo menos uma vez por dia.

Filosofia. Ex-PM, o novo secretário da Administração Penitenciária paulista, Antônio Ferreira Pinto, defende que promotores tenham treinamento com militares antes de exercerem a função.

Visita à Folha. Ricardo Knoepfelmacher, presidente da Brasil Telecom, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Rui Xavier, diretor de comunicação, e de Agostinho Gaspar, presidente da Gaspar e Associados Comunicação Empresarial.

Tiroteio

O Estado brasileiro virou um torneio de patifaria. Cabe ao Judiciário se contrapor a isso e tornar a Lei Penal eficaz.


Do procurador regional da República ALEXANDRE CAMANHO , responsável pela investigação dos municípios na Operação Sanguessuga, sobre a necessidade de impedir que envolvidos em corrupção não protelem as investigações na Justiça.

Contraponto

Fiel escudeiro

Logo depois de ter sido apontado como um dos envolvidos na Operação Sanguessuga, o líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna, foi abordado por um garçom da Casa:
-Senador, por sua causa fui suspenso 15 dias na minha faculdade.
Suassuna perguntou o que havia acontecido.
-Um cidadão lá falou mal do senhor. Eu disse: "Ele é direito". Ele insistiu. Então, eu meti a mão na cara dele.
No dia seguinte, o peemedebista entregou uma gravata ao funcionário em sinal de agradecimento.
-Obrigado por me defender, mas da próxima vez não precisa ser tão veemente -, aconselhou.


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